Alta de casos de chikungunya em 2022 acende sinal de alerta em Fortaleza

Entre janeiro e fevereiro, o município registrou mais infecções da doença do que no mesmo período em 2021

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(Atualizado às 11:46)
aedes aegypti repousando na pele de um humano
Legenda: O mosquito aedes aegypti é responsável por transmitir as arboviroses
Foto: Shutterstock

Os índices relacionados à chikungunya em Fortaleza apresentaram um crescimento preocupante nos primeiros meses de 2022, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). O número de casos confirmados da doença acendeu um sinal de alerta sanitário, conforme a prefeitura municipal.

O resultado das amostras testadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para detecção de anticorpos IgM — técnica usada para identificar a infecção pelo vírus — mostra uma positividade de 18,1% em janeiro, e 32,6% em fevereiro. As taxas são superiores às observadas no mesmo período do ano passado. 

Ao todo, 26 pessoas foram infectadas com a arbovirose nas primeiras oito semanas deste ano, enquanto em 2021 foram 20

As autoridades municipais detectaram uma concentração de casos de chikungunya nos bairros da Regional de Saúde VI, que compreende localidades como Jardim das Oliveiras, Cidade dos Funcionários, Luciano Cavalcante e adjacências.

Dengue e Zika

Em relação as outras arboviroses, a Sinan sinaliza para um cenário de baixa transmissão durante às oito primeiras semanas de 2022. 

Neste ano, apenas 152 casos de dengue foram confirmados em Fortaleza entre janeiro e fevereiro, número menor que o observado em 2021, quando 502 pessoas foram infectadas no mesmo período. 

Em relação a Zika, ainda não há casos confirmados no município neste ano, assim como nas primeiras oito semanas de 2021.

Apesar dos números reduzidos em relação a essas arboviroses, o prefeito Sarto Nogueira destacou, nesta quinta-feira (3), ao lançar o Plano Municipal de Enfrentamento às Arboviroses, que a alta de casos na Capital tradicionalmente acontece entre março e junho. O período coincide com a quadra chuvosa e foi apontado como "crítico" pelo gestor. 

Plano de enfrentamento às arboviroses 

Agente de endemias de Fortaleza andando por bairro da cidade
Legenda: Entre as medidas do plano municipal está a capacitação de agentes de endemias e de agentes comunitários de saúde
Foto: Nah Jereissati

O Município lançou, nesta quinta-feira, uma série de medidas e de intensificação de ações para combater os índices relacionados à dengue, à Zika e à chikungunya. Entre as providências, Sarto destacou o aumento da frota de viaturas destinadas ao enfrentamento das doenças, além da capacitação dos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde. 

Confira as ações previstas no plano: 

  • Aquisição de insumos e equipamentos: acréscimo de 18 viaturas, garantia de larvicidas, inseticidas e bombas costais;
  • Trabalho intersetorial envolve Agefis, Seuma, Defesa Civil e limpeza pública, com o intuito de recolher materiais que possam contribuir com a proliferação do mosquito;
  • Fortalecimento do trabalho educativo, com realização de mais de 40.000 ações/ano, incluindo a Operação Quintal Limpo, blitz, gincanas, peças teatrais, palestras, reuniões em associações e outras;
  • Cursos e formações para agentes de endemias e agentes comunitários de saúde;
  • Operação inverno 2022: realizada desde dezembro de 2021, envolvendo cerca de 1.100 profissionais da vigilância ambiental de Fortaleza, em ações de prevenção e controle de arboviroses;
  • Aplicação de larvicidas e do inseticida UBV em Aerosystem, composto por um sistema apropriado para aplicação de produtos químicos nas residências;
  • Valorização profissional: a Prefeitura concedeu a agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias a progressão por tempo de serviço. Beneficia 3.507 servidores, com impacto anual de R$ 4,5 milhões. A progressão já consta na folha de fevereiro, paga em 1º de março, retroativa a janeiro de 2022.

Posto de saúde capacitados para detectar arboviroses

  • UAPS Floresta (Rua Ten. José Barreira, 251 - Álvaro Weyne) 
  • UAPS Maria Aparecida (Av. K, 915.Vila Velha) 
  • UAPS Lineu Jucá (Rua Vila Velha, 101 - Barra do Ceará) 
  • UAPS Irmã Hercília (Rua Frei Vidal, 1821 – São João do Tauape) 
  • UAPS Rigoberto Romero (Rua Alameda das Graviolas, 195 - Cidade 2000) 
  • UAPS Anastácio Magalhães (Rua Delmiro de Farias, 1679 - Rodolfo Teófilo) 
  • UAPS César Cals 3 (Rua Pernambuco, 1674 - Demócrito Rocha) 
  • UAPS Meton de Alencar (Rua Perdigão Sampaio, 820 - Antônio Bezerra) 
  • UAPS Eliézer Studart (Rua Tomaz Cavalcante, 545 - Autran Nunes) 
  • UAPS Dom Aloisio Lorscheider (Rua Betel,1895. Itaperi) 
  • UAPS Gothardo Peixoto (Rua Irmã Bazet, 153, Damas) 
  • UAPS Oliveira Pombo (Rua Rio Grande do Sul, s/n - Couto Fernandes) 
  • UAPS José Paracampos (Rua Alfredo Mamede, 250. Mondubim) 
  • UAPS Argeu Herbster (Rua Geraldo Barbosa, 1095 - Bom Jardim) 
  • UAPS Maciel de Brito (Av. A, s/n - 1a etapa- Conjunto Ceará) 
  • UAPS Acrisio Eufrasino de Pinho (Cruzamento das ruas 12 e Palmeiras dos Índios – Pedras) 
  • UAPS Maria de Lourdes (Rua Reino Unido, 115 - Jardim Das Oliveiras) 
  • UAPS Mattos Dourado (Av. Des. Floriano Benevides, 391 - Edson Queiroz) 
  • UAPS Melo Jaborandi (Rua 315, nº 80 – Jangurussu) 
  • UAPS Messejana (Rua Guilherme Alencar s/n - Messejana 
  • UAPS César Cals 6 (Rua Capitão Aragão, 555 - Alto da Balança)

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