Uso de acessórios e vestimentas mais cobertas são apostas de tendências para a moda pós-pandemia

Com a pandemia do novo coronavírus, os consumidores vão valorizar ainda mais a comodidade e a segurança das roupas

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: Detalhes na região do colo e pescoço estarão em envidência
Foto: Thaís Mesquita

Ao mesmo tempo em que os comportamentos com relação à moda mudam por causa da pandemia do novo coronavírus, o styling das vestimentas também deve sofrer transformações. Carol Garcia, Diretora de Internacionalização do Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo, aponta que o estilo vai acompanhar, principalmente, a nova rotina de trabalho remoto.  

“A gente tem um desenvolvimento de uma nova tendência, out of the keyboards, em que você só vai ser visto para cima do teclado. Portanto, na parte de cima, o look tem que ser mais arrumado e isso vai gerar um uso maior de decotes, de colares, de gola alta, detalhes que estejam na região do colo que é possível de ver”, explica. 

A partir desse comportamento, haverá uma busca maior por blusas e tops, as famosas ‘partes de cima’, enquanto as peças usadas da cintura para baixo vão ter como preferência mais conforto, a exemplo de pijamas e moletons. Esse movimento será explorado por diversas marcas, que já estão anunciando a produção de pijamas e uma linha de comfortwear. Além do crescimento de buscas de styling de ‘meio corpo’, de acordo com Carol.  

Os acessórios também vão ser mais explorados, especialmente brincos de tamanhos maiores e outras joias. Carol aposta no crescimento da joalheria e no declínio do mercado de sapatos e bolsas, já que são itens mais dispensáveis neste momento.   

“A gente vai ver um crescimento de roupas muito fantasiosas, golas saindo da cabeça, coisas com outras formas, o extravagante e o extremo. Por outro lado, vamos também ver um super minimalismo para você manter a seriedade e a aparência do ambiente de trabalho”, é outra aposta da pesquisadora. 

Maior cobertura 

Para a professora, os nossos hábitos de higiene serão afetados também e, com isso, terá uma maior procura por roupas mais modestas, com maior proteção e cobertura do corpo.  

“Máscaras e luvas eram itens acessórios agora passam a ser essenciais. Voltamos à moda do século XIX. Alguns designers já estão trabalhando a máscara como parte da roupa atual”, afirma. Para ela, portanto, a moda da religião islâmica terá muito a contribuir com modelagem e tecido, por exemplo.  

Tecnologia na moda 

Outra coisa que vai prosperar são os filtros, as roupas digitais, a realidade virtual aumentada. Assim como já acontece com as redes sociais com os efeitos de maquiagem e, recentemente, para o Zoom, plataforma de vídeos chamadas. “Você pode estar de pijama, mas as pessoas não vão ver, vão ver a roupa do filtro, o que pode ser uma estratégia para as empresas”, diz.  

“Mas, isso faz crescer a indústria da tecnologia e não de moda. Os designers vão passar a ser designers 3D, que vão trabalhar basicamente com software de desenho animado. Então, vamos ver o design de animação caminhando junto com o design de moda”, projeta a especialista.  

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