Últimos shows do Iguatemi Hall incluem Criolo, tour 'Dominguinho' e Roupa Nova; casa fecha em agosto
Projeto de ocupação temporária foi inaugurado em abril de 2024; espaço será demolido e dará espaço a torres residenciais
O Iguatemi Hall, casa de shows localizada no shopping Iguatemi Bosque, em Fortaleza, encerra as atividades em 9 de agosto com show da banda Roupa Nova. Inaugurado em abril do ano passado e idealizado como um projeto de ocupação temporária, o espaço ainda receberá, até o encerramento, outros quatro shows de artistas nacionais: Fagner, Paralamas do Sucesso, Criolo e a turnê Dominguinho – projeto musical dos cantores João Gomes, Jota.pê e Mestrinho.
As cinco apresentações, que acontecem entre esta sexta-feira (25) e o segundo domingo de agosto, se somam a outros 38 shows realizados desde 6 de abril de 2024, quando o cantor Fábio Jr inaugurou a casa. Ao todo, 150 mil pessoas participaram das programações musicais.
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A efemeridade da casa de shows, que terá duração de apenas um ano e quatro meses, apesar de lamentável – especialmente em um momento que Fortaleza sofre com a ausência de palcos de médio e grande porte – não é surpresa.
A informação de que a casa seria um empreendimento com duração de apenas 12 meses foi compartilhada pelas produtoras Multi Entretenimento, Arte Produções e Camarote Shows, que administram o espaço em parceria, já no lançamento do Iguatemi Hall.
O motivo é que o espaço, que está localizado no estacionamento do Iguatemi e tem capacidade para 5 mil pessoas, foi erguido em terreno cedido pelo shopping, em acordo com uma empresa que irá, a partir de outubro, erguer duas torres residenciais no local.
Em meio às tratativas com a construtora, o período em atividade passou de 12 para 16 meses, com entrega final do espaço até 30 de setembro.
Segundo o diretor do Iguatemi Hall, Marcelo Rocha – que também é diretor da produtora de eventos Multi Entretenimento –, neste período, a fatia de eventos corporativos compôs 25% da grade do espaço, mas foi o setor musical que teve maior impacto com a chegada do novo palco.
“A gente que é produtor de eventos, fomentador desse mercado, fez muito mais eventos do que faria se não existisse o Iguatemi Hall. E a casa abriu a oportunidade de outros shows, outros artistas, outras produtoras fazerem eventos em Fortaleza também, inclusive produtoras de fora do Estado”, comenta.
é a capacidade de público da casa
shows no total
é o número total de público até o momento
Empresas do Rio de Janeiro e de São Paulo, como o recente sucesso 30e, trouxeram eventos para Fortaleza, além das produções da Multi, Arte Produções e Camarote Shows. Um dos destaques foi o show de despedida do Natiruts, que esgotou ingressos e ocupou as áreas interna e externa da casa.
Outros sucessos de público foram os shows de Luísa Sonza, que trouxe a turnê “Escândalo Íntimo” para a Capital em julho do ano passado, e o show de Fagner em janeiro – um dos poucos artistas cearenses a subir no palco da casa –, ambos com ingressos esgotados. Artistas como Roberto Carlos, Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Ney Matogrosso e a ‘Superturnê’ de Jão também marcaram presença.
“Nos shows que fizemos no Iguatemi Hall, a renda foi maior [do que em outros palcos]. Isso mostra a necessidade de ter um bom lugar em Fortaleza pra gente conseguir atrair e fazer mais eventos, porque a renda é importante para fomentar esse mercado”, destaca Marcelo Rocha.
Ausência de palcos de médio porte prejudica mercado
Com o fim do Iguatemi Hall, uma lacuna antiga do mercado de eventos de Fortaleza volta a existir. Desde o fim do Siará Hall, em 2017, são poucos os palcos de médio porte para receber artistas nacionais e internacionais.
Atualmente, eventos maiores costumam se concentrar em poucos espaços, como o Marina Park Hotel, o Centro de Eventos do Ceará e o Castelão, que teve redução considerável no número de shows multigênero nos últimos anos.
O produtor e diretor Marcelo Rocha destaca que a experiência de administrar uma casa que foi “abraçada por público, artistas e empresários” ressalta essa necessidade e faz com que as produtoras a frente do negócio cogitem a construção de um novo espaço, desta vez fixo, nos próximos anos.
“A gente pensa sim em, num futuro próximo, ter algum local de entretenimento em Fortaleza. A gente ainda não sentou para conversar sobre o futuro, nem tem ainda um local definido. Chegaram algumas propostas de locais, mas a gente nem parou para analisar”, afirma o empresário.
“Se a gente quisesse fazer alguma coisa rápida e temporária como foi, a gente já poderia estar avançando. Só que a gente não quis, porque se for fazer alguma coisa agora nesse sentido de uma casa para entretenimento na cidade, uma casa multiuso, seria algo mais de longo prazo”, completa.
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Não há nada de concreto no momento, destaca, apenas a vontade e a certeza de que a demanda para novos palcos existe. “Com certeza vai fazer falta pra gente, para o público, para os artistas, para o mercado. Vai deixar saudade. A gente não queria que encerrasse, a gente queria continuar mais tempo”, confessa o diretor.
Por enquanto, as produtoras que administram o Iguatemi Hall, incluindo a Multi, seguem sem planos para um “substituto”, realizando eventos em diversos estados, mas sem casa fixa. Uma das próximas empreitadas da Multi no Nordeste, em parceria com a produtora paulista 30e, é a turnê de despedida do Planet Hemp, que até o momento tem dez datas e não deve passar por Fortaleza – provavelmente por falta de um palco adequado, aponta Marcelo.
“Vamos fazer juntos os shows em Salvador e em Recife. Por enquanto, Fortaleza não entrou na turnê. Talvez, se tivesse o Iguatemi Hall, já teria entrado na turnê”, lamenta. “Então, a cidade perde, o público perde, a gente perde e as outras produtoras perdem”, conclui.
Últimos shows do Iguatemi Hall
Em clima de despedida, o diretor destaca que os próximos shows da casa, que ocorrem nas próximas duas semanas, devem seguir o “padrão de qualidade” que ampliou o público de shows da Cidade, incluindo de adolescentes e jovens a pessoas idosas. As cinco apresentações que encerram a temporada do Iguatemi Hall seguem com ingressos à venda, na bilheteria do espaço e on-line.
Confira a programação completa:
Fagner (25/07)
O cearense Fagner volta à Capital com a nova turnê, “Eu Canto”, em que celebra o repertório do álbum “Eu Canto - Quem Viver Chorará”, lançado em 1978. O show inclui sucessos como "Cigano", "As Rosas Não Falam", e "Jura Secreta", entre outras.
Paralamas do Sucesso (26/07)
A banda, liderada por Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone e acompanhada por João Fera, Monteiro Jr. e Bidu Cordeiro, celebra os 40 anos do Paralamas do Sucesso com o show “Paralamas Clássicos”. O repertório conta com mais de 30 faixas e traz hits como “Meu Erro”, “Lanterna dos Afogados” e “Uma Brasileira”.
Criolo (02/07)
O artista paulista Criolo celebra os 50 anos de vida e 35 de carreira com a turnê "Criolo 50", que passeia pela trajetória artística e inclui hits dos primeiros álbuns e trabalhos mais recentes, como as músicas feitas em parceria com Dino D'Santiago e Amaro Freitas.
Projeto Dominguinho, com João Gomes, Jota.pê e Mestrinho em Fortaleza (08/08)
Projeto musical liderado pelos cantores João Gomes, Jota.pê e Mestrinho, "Dominguinho" começou com um projeto audiovisual divulgado nas redes sociais e, devido ao sucesso, rapidamente virou uma turnê nacional. No repertório, hits dos artistas, com novos arranjos, além de releituras de canções de outros artistas, prometem emocionar o público.
Roupa Nova (09/08)
O show de encerramento do Iguatemi Hall fica por conta dos reis da música romântica brasileira, que celebram as quatro décadas de carreira com uma turnê que reúne clássicos como “Dona”, “Linda demais”, “Dona” e “Coração de Estudante”, entre outros.
Serviço
Iguatemi Hall (Av. Sebastião de Abreu, 422 - Edson Queiroz)
Ingressos: Vendas na bilheteria do Iguatemi Hall e on-line, neste link
Mais informações: @iguatemihall