Shows ao vivo, de graça e na natureza: projeto no Parque Rio Branco une arte e consciência ambiental
Próxima edição do “Tá meio musical esse ambiente” acontece neste domingo (8), com Edmar Gonçalves e Edinho Vilas Boas; ação quer ocupar mais parques de Fortaleza

Calce os sapatos, pegue sua cadeira e vá para o parque. Música e bons encontros te aguardam no “Tá meio musical esse ambiente”, projeto ocorrido no Parque Rio Branco, em Fortaleza. A ação acontece em domingos específicos com o objetivo de unir arte, cultura e consciência ambiental. A mistura dá certo: edição após edição, o público tem chegado mais junto para curtir o fim de tarde ao ar livre junto a diversos outros amantes do som cearense.
O próximo encontro acontece neste domingo (8), às 15h, a partir do show “Cumplicidades”. No palco, Edinho Vilas Boas e Edmar Gonçalves passearão por canções que marcaram a trajetória de cada um. Edinho, por exemplo, trará composições como “Liberdade de Viver”, “Pra sempre luz” e “Retumbante”. Edmar mergulhará em “Cigano”, “Miragem” e “Em cima do tempo” – desfile generoso de grandes obras e inspirações.
Os dois ainda estarão acompanhados do multi-instrumentista Carlinhos Crisóstomo, com quem farão novas roupagens de clássicos interpretados por Gonzaguinha, Teca Calazans e Caetano Veloso. “Acho de extrema importância para a cidade essa ocupação dos parques com música porque reflete nossa preocupação num momento tão delicado de nossas vidas, no qual a natureza grita todos os dias”, explica Isaac Cândido.
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Autor do projeto, o cantor, compositor e produtor cultural conta que há tempos desejava estar nos parques de Fortaleza numa perspectiva musical. O primeiro local a receber a iniciativa foi o Parque Adahil Barreto, no Cocó, com apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste.
Três edições depois, a ação migrou para o Parque Rio Branco mediante parceria com a Prefeitura de Fortaleza por meio das secretarias da Cultura e do Meio Ambiente.
A ideia, contudo, permaneceu: proporcionar vivências artísticas e de contato com a natureza em pleno fluxo da capital. “Estou à disposição para unir pessoas porque o foco principal do projeto é reunir gente interessada e preocupada com a questão ambiental, e que gosta de cultura. A música é só um atrativo para atrair o público; quando chegam no local, veem que é de extrema urgência a questão da sustentabilidade”.
Quem já passou pelo projeto
A depender dos artistas que já subiram ao palco do projeto, é fácil eleger o “Tá meio musical esse ambiente” como ótimo programa aos domingos. Representantes de diferentes gerações da música cearense abrilhantaram a ação, a exemplo de Beatriz Bandeira, egressa da Casa de Vovó Dedé, com tributo a Marisa Monte; Lucas Arruda, com tributo a Milton Nascimento; e o próprio Isaac Cândido, com tributo a Fagner, motivo de festa para quem compareceu aos dias.
A turma da Marimbanda também esteve presente em uma das edições, em ritmo de igual valorização da música instrumental, e não apenas da versão cantada. Davi Duarte, Ângela Lopes, Gildomar Marinho, Renato Braz e Rayane Fortes completam o panorama de participantes do projeto, com curadoria assinada por Isaac Cândido.
“Muitos shows estão por vir, a demanda é muito grande. A cena musical de Fortaleza é muito forte, e há diversas opções de bons shows. É bacana você trazer a música do Ceará, priorizá-la, enquanto ocupa um parque com preocupação ambiental”, observa o artista.
Não à toa, a tendência, segundo ele, é de que a iniciativa não apenas aconteça semanalmente, como também ocupe outros parques da cidade para além do Rio Branco. Há busca de parcerias neste momento para que isso aconteça, bem como para a aquisição de um som próprio para o projeto.
“Se a gente tiver esse som, podemos fazer o projeto muitas vezes por mês, não apenas aos fins de semana. Pedir autorização dos parques para realizá-lo, e então inventar, criar”, torce Isaac, sem deixar de lado o componente ambiental. Nesse sentido, a presença de agentes e técnicos em cada edição continua. Eles levam cartilhas a fim de explicar ao público como funciona o bioma dos parques e realizam outras ações paralelas no mesmo intento.
O que vem por aí
Para a frente, o melhor. Entre os passos, está aproximação inclusive com o Ministério da Cultura. A finalidade é abrir o leque para inscrição dos mais diferentes artistas, descentralizando a curadoria de Isaac Cândido. “A intenção é formar uma comissão com outras pessoas que tenham um olhar bacana para a cultura do Ceará”, antecipa.
Convidar artistas de outros lugares do Brasil também está entre as metas, mas sempre valorizando a música do Ceará. Dito isto, o fundador do projeto adianta alguns nomes confirmados para as próximas edições: Os Transacionais, Tereza Rachel, Rebeca Câmara e Rogério Lima já deram sinal verde.
“Estou bem feliz pelo que está acontecendo – pelo engajamento do público, das secretarias, do CCBNB, da imprensa… E continuamos abertos a parcerias”.
Serviço
Projeto “Tá meio musical esse ambiente”
Próxima edição neste domingo (8), às 15h, no Parque Rio Branco (Avenida Pontes Vieira, sem número, Joaquim Távora). Gratuito. Mais informações nas redes sociais do projeto