Refrescante e nutritivo, o caju é ingrediente para receitas de chefs cearenses
Vitaminas e minerais da fruta fortalecem o sistema imunológico, contribuem para redução de peso e mantêm a saúde do cabelo
Seja em rodelas fresquinhas, no suco, na sobremesa ou no prato principal, é frequente que neste período do ano, em que acontece a safra do caju o cheiro e o sabor refrescante da fruta típica da região Nordeste estejam presentes no cardápio dos cearenses.
A carne do caju, conhecida como pedúnculo floral ou pseudofruto, é rica em compostos fenólicos e carotenoides. Fornece vitaminas A, do complexo B e especialmente a C, além de minerais, a exemplo de potássio, fósforo, cálcio, magnésio e ferro. Eles fortalecem o sistema imunológico, a saúde da pele e do cabelo. Segundo a nutricionista clínica funcional Cinthia Queiroga, a ação antioxidante do alimento retarda, ainda, o envelhecimento e contribui, inclusive, no processo de cicatrização.
Possibilidades
Bastante cultivado no Ceará, o caju está na lista das frutas cítricas que possibilita uma infinita variedade na criação de pratos doces e salgados, compostos com alto valor nutricional.
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O pseudofruto é uma boa opção para ser incluído na dieta dos adeptos da alimentação saudável e até para quem pretende manter o peso. Conforme a nutricionista, o valor calórico do caju é muito baixo. “De acordo com a tabela de composição Taco, 100g da polpa, seja ela in natura ou congelada, contém apenas 37kcal”, ressalta a nutricionista.
No entanto, a melhor maneira de saborear a carne de caju ainda é ao natural, aproveitando os benefícios das fibras, que proporcionam maior saciedade e podem até auxiliar no processo de emagrecimento.
Porém, para quem prefere consumir o suco, o ideal é evitar adoçá-lo com açúcar refinado, podendo ainda ser combinado com outras frutas ou vegetais, aconselha Cinthia.
Apesar de ser um alimento saudável, é importante lembrar: a ingestão em excesso deve ser evitada. Ou seja, o consumo de dois cajus por dia é suficiente, afinal, existem outras sugestões que podem ser inseridas na dieta alimentar. A nutricionista também chama a atenção para a qualidade do produto. “Na hora da comprá-lo, é essencial verificar se o pedúnculo floral está inteiro, sem machucados, polpa firme, casca brilhante e lisa”, alerta Cinthia.
A parte carnosa ou o suco pode ser consumido nos lanches da manhã ou da tarde, no pré e no pós-treino. A mistura do caju com beterraba é uma receita rápida e prática que casa perfeitamente com o pré-treino. Segundo a nutricionista, “a combinação fornece energia e nutrientes que facilitam a vasodilatação, processo fundamental para que os nutrientes cheguem mais rápido às células, contribuindo para o melhor desempenho na realização dos exercícios físicos”.
Outra forma de aproveitamento total do caju é fazer o beneficiamento em doces e compotas, caldas, mel, cajuína, suco concentrado de garrafa, polpas, sorvetes e polpa desidratada. Há, ainda, a opção de usar a carne de caju para o recheio de receitas, a exemplo das versões veganas para o recheio da coxinha.
Castanha
Apesar de oponente, colorido e cheiroso, o verdadeiro fruto dessa dupla é a castanha, e ele também tem suas peculiaridades no mundo da gastronomia. Com a castanha, é possível produzir a farinha, ideal para receitas low carb, e o leite, ingrediente recomendado para quem não ingere o produto de origem animal”, pontua Cinthia.
Visivelmente menor do que o pseudofruto, a castanha é a parte mais calórica do caju. Ela é rica em gorduras mono e poli insaturadas, os chamados lipídios, que são benéficos à saúde, pois estão associados a melhores níveis de colesterol total, LDL-colesterol e da razão LDL/ HDL colesterol.
“A castanha de caju fornece ainda cálcio, potássio, fósforo, ferro, zinco e selênio; a forma ideal de consumi-la é assada naturalmente. Uma porção de 30g é uma boa quantidade para ser incluída no lanche”, destaca.
As inúmeras possibilidades de desenvolver pratos com castanha e do caju, têm aguçado o poder criativo de chefs da culinária cearense. Algumas dessas receitas, assinadas por Ivan Prato e Liliane Pereira, foram produzidas especialmente para o Verso, a exemplo do ceviche e da bruschetta, respectivamente.
Museu
Além dos benefícios à saúde e do uso na gastronomia, o caju é tema de um museu no Ceará e até ganhou uma data especial em sua homenagem. O projeto de criação do “Dia do Caju”, em 12 de novembro, foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Cid Gomes, tornando-se na Lei n° 271/ 2011.
Já o Museu do Caju contempla culinária, artesanato, literatura, artes plásticas, poesia e histórias populares, produzidas por artistas nordestinos. Instalado desde 2007, em Caucaia, proporciona educação, cultura, lazer e diversão para a comunidade, turistas e o público geral.
Para celebrar o Dia do Caju, o Museu realizará, no dia 22 de novembro, uma feira especial. Na programação, acontecerá a entrega de troféus a quatro personalidades dos campos da pesquisa, empresarial, artesanato, artes plásticas ou do cordel, os quais se destacaram na temática da cajucultura em 2019.
“Ainda durante a Feira do Caju, os visitantes poderão conferir a exposição “Meu Caju Cajueiro”, um trabalho multifacetado, que abrange o maior acervo de obras de artes com a temática do caju no mundo”, destaca o turismólogo, pesquisador e diretor da instituição, Gerson Linhares.
Serviço:
Museu do Caju
Endereço: R. San Diego, 332 - Parque Guadalajara, Caucaia - CE
Funcionamento: todos os dias
Horários: 9h às 16h
Entrada: R$ 5,
Visita agendada: (85) 3237-2687