Obra de escritor cearense de Limoeiro do Norte é semifinalista em prêmio literário lusófono

"Esta solidão aberta que trago no punho", de Dércio Braúna, é um dos selecionados para esta etapa do Oceanos - Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa; livro concorre com obras assinadas por Chico Buarque e Nélida Piñon, entre outros escritores

Escrito por Redação ,
Legenda: Dércio Braúna, com "Esta solidão aberta que trago no punho", ocupa lista de obras semifinalistas do prêmio Oceanos de Literatura
Foto: WG Fotos

Décimo segundo livro do poeta e historiador cearense Dércio Braúna, natural do município de Limoeiro do Norte, "Esta solidão aberta que trago no punho" é semifinalista da edição 2020 do Oceanos - Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (25), por meio do site do Itaú Cultural, instituição parceira do projeto. A obra, inclusa na seção "Poesia brasileira", concorre com outras assinadas por nomes como Chico Buarque ("Essa gente"), Nélida Pinõn ("Uma furtiva lágrima"), Milton Hatoum ("Pontos de fuga"), Mia Couto ("O universo num grão de areia") e Djaimilia Pereira de Almeida ("A visão das plantas").

Legenda: Capa de "Esta solidão aberta que trago no punho"
Foto: Divulgação

Publicado pela Deleatur Editorial no ano passado, o livro de Dércio, conforme descrição em vídeo de apresentação no YouTube, "é um corpo poético escriturado sob o fulgor de tudo. Uma poética-legente (ou escrita-leitora) pela qual uma poesia ganha forma na desesperada busca por uma liberdade capaz de ser signo dizente de tudo – do viver abrindo feridas, da história doída, do mundo lido; de tudo que, numa escrita, se faz fulgor".

A obra comunga com a força do legado deixado pela escritora e tradutora portuguesa Maria Gabriela Llansol (1931-2008) e do escritor e psiquiatra português António Lobo Antunes. Além disso, partilha ideias com um sem número de vozes, a exemplo de Toni Morrison, Emília Freitas, Achille Mbembe, Byung-Chul Han, Michel de Certeau, Adrienne Rich e Maria Velho da Costa.

O exemplar foi lançado no I Encontro Interdisciplinar de Estudos sobre Literatura: Novos Olhares entre o Ceará e o Alentejo, em Portugal, e na XIII Bienal Internacional do Livro do Ceará, ambos ocorridos em 2019. Um ano após o lançamento na Bienal, ocupa o panorama de obras que podem levar o cobiçado reconhecimento literário para casa.

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Premiação

Esta edição do Oceanos recebeu 1.872 inscrições válidas de livros publicados em diferentes países, por autores de 11 nacionalidades. Escritores das três obras vencedoras recebem, ao todo, R$ 250 mil: R$ 120 mil para o primeiro colocado, R$ 80 mil e R$ 50 mil para o segundo e o terceiro, respectivamente.

Entre os trabalhos selecionados, há livros de poesia, romances e coletâneas de contos e de crônicas. Todas as produções concorrem entre si, uma vez que o Oceanos não faz distinção entre os gêneros literários.

Em virtude da pandemia do novo coronavírus e em respeito à saúde dos jurados, as análises e votações do Oceanos serão realizadas virtualmente, com tecnologia do Núcleo de Inovação do Itaú Cultural. A decisão de operar todas as etapas do prêmio por meios digitais já vinha sendo discutida para possibilitar o envolvimento de países dos quatro continentes cujo idioma oficial é o português.

O Júri Final, que entre novembro e o início de dezembro analisa os dez finalistas para eleger os três vencedores, é composto pelos portugueses Joana Matos Frias, professora, escritora e tradutora, e Carlos Mendes de Sousa, professor; pelo angolano Ondjaki, escritor; pela santomense Inocência Mata, professora e crítica literária; e pelos brasileiros Angélica Freitas, poeta, João Cezar de Castro Rocha, professor, e Viviana Bosi, professora.

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