Morre o professor e músico Carlinhos Perdigão, vítima da Covid-19

Também reconhecido por sua atuação como escritor, ele tinha 52 anos e construiu trajetória em defesa da arte-educação no Ceará

Escrito por Antonio Laudenir , laudenir.oliveira@svm.com.br
Como educador e músico,  Carlinhos Perdigão fez dos palcos e salas de aula um espaço de ensino e acesso à culturra
Legenda: Como educador e músico, Carlinhos Perdigão fez dos palcos e salas de aula um espaço de ensino e acesso à cultura
Foto: Reprodução/Site oficial

Morreu na tarde dessa sexta-feira (2), o professor, baterista e escritor Carlinhos Perdigão. Vítima da Covid-19, ele tinha 52 anos e estava internado desde o dia 11 de junho. Atuando como músico, poeta e produtor cultural, teve trajetória reconhecida pela defesa da arte-educação no Ceará. 

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A informação foi compartilhada nas redes sociais do artista, em texto de sua esposa, a jornalista Daniele Andrade. Em nota, a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) declarou profundo pesar com o falecimento do educador. “Artista talentoso, Carlinhos é referência na música do Ceará e já esteve em diversas apresentações nos equipamentos da Secult Ceará”, comunicou a pasta. 

Carlinhos Perdigão fazia dos palcos e da sala de aula um território de ensino e cultura. Segundo descreve o site oficial do artista, seus trabalhos misturam diversas categorias de linguagens acadêmicas e artísticas. São produções que uniam, entre outras expressões, literatura, cinema, pedagogia, língua portuguesa, música e audiovisual.   

Defensor da palavra 

Em 2011, Carlinhos Perdigão lançou o primeiro livro, “Fragmentos: poemas e ensaios”. A obra reúne textos do autor compreendidos entre a década de 1980 e os dias atuais.   

O disco de estreia foi lançado em 2017. Com 11 faixas, "Palavra"  é baseado na poesia reunida no livro “Fragmentos: poemas e ensaios”. As composições foram feitas em parceria com autores como Marcelo Justa, Júnior Boca e Nigroover.

Em 2019, Carlinhos Perdigão gravou “Palavra, o musical”. O conserto ao vivo foi realizado no palco do Cineteatro São Luiz. O registro pode ser apreciado no canal de YouTube do equipamento cultural.

 
O projeto do disco "Palavra" rendeu os videoclipes das canções "Andanças", "Canto Americano" e "Tenho um Amor" (todas no YouTube). Organizou, juntamente com Katiusha de Moraes, Mardônio França, Leo Mackellene e Thalles Azygon, a antologia “Temperos Literários”.

De Zeppelin a Machado de Assis 

Carlinhos Perdigão já tocou com nomes como Liliany Sá, Tino Freitas, André Lopez, Ricardo Black, Téti, Ródger Rogério, Lúcio Ricardo, Alexandre Araújo e com o gaitista carioca Jéfferson Gonçalves.  

Participou da gravação dos discos “Everest?” (banda Lowell), “Estrelas Anãs” e “Rupestre” (André Lopez), “Inverno e Verão” (Tino Freitas), “Passos no Silêncio” e “Ët Verbum” (Kelly Patrícia), “Blues Ceará” (Sub-Blues) e “Meu Tesouro”, do grupo Grão de Trigo. 

Carlinhos Perdigão realizava projetos que uniam diferentes linguagens, como literatura, música, língua portuguesa e audiovisual
Legenda: Carlinhos Perdigão realizava projetos que uniam diferentes linguagens, como literatura, música, língua portuguesa e audiovisual
Foto: Gandhi Guimarães

É autor projetos como “Bateria Brasileira”, “Led Zeppelin-Blues: tributo a John Bonham”, “Seminário de Literatura Brasileira no Cinema”, “Machado de Assis: uma (re)visão a partir de seus contos, poemas e de suas crônicas”, “O Fantástico Literário de Murilo Rubião”, “O Neorrealismo Cinematográfico Italiano”, “Lima Barreto: cronista do Brasil”. 

 

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