Manifestação reivindica retorno das programações do Centro Cultural Banco do Nordeste

Artistas e público do equipamento se reuniram ao meio dia desta quarta (3), na Aldeota; em nota, BNB nega o cancelamento

Escrito por Redação ,
Legenda: Manifestantes querem a garantia da manutenção da programação das três unidades do Centro Cultural Banco do Nordeste
Foto: Foto: José Leomar

Desde o último dia 24 de junho, artistas e sociedade civil têm se manifestado, publicamente, sobre o cancelamento da programação das três unidades do Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBNB), em Fortaleza/CE, Juazeiro do Norte/CE e Sousa/PB. Ao meio dia desta quarta (3), no bairro da Aldeota, na capital cearense, um grupo foi à rua se posicionar a favor do retorno das atividades culturais e artísticas. 

A direção do banco nega o cancelamento definitivo e alega que o fato se trata de um período de "reestruturação do modelo de atuação dos equipamentos", segundo nota oficial. 

Na próxima quarta, às 15h, haverá uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado, para discutir essa situação. Na Aldeota, manifestantes se reuniam para assinar uma petição a favor da manutenção da programação. 

Segundo a organização, a mobilização reuniu 54 assinaturas, "para que a presidência do Banco do Nordeste reveja imediatamente o cancelamento da programação, assegure o retorno das atividades culturais e dê garantias de que as três unidades do CCBNB permanecerão abertas e funcionando plenamente". 

Além de discursar para a população sobre a situação de cancelamento, os manifestantes entregaram panfletos para pedestres e motoristas que passavam pelo cruzamento entre a avenida Santos Dumont e a rua José Vilar, ao lado de uma das agências do Banco do Nordeste.

"Sou usuária do equipamento, e acho uma pena a cidade perder essa programação cultural incrível e acessível. Tem cursos, shows, exposições. É de lamentar essa perda", expôs Virgínia Fukuda, moradora da Cidade dos Funcionários.

Para o músico Moacir Bedê, o impasse com a programação do CCBNB envolve uma falta de sensibilidade do atual Governo Federal com a cultura. "A cultura em governos como esse é a primeira a ser atingida. E ela tem relação não só com o social e o humano, mas também com o crescimento econômico. Que o CCBNB continue pra cultura local poder prosperar", reivindica.

O músico cearense Edinho Vilas Boas recapitulou a história do equipamento - ativo no cenário cultural da cidade há 21 anos - e lembrou que lançou seu primeiro disco no espaço. Pontuou projetos recentes, a exemplo do Jazz em Cena, como sucesso de público e de movimentação dos artistas e dos demais trabalhadores da cadeia da cultura. 

Indicativo

No entanto, a assessoria do Banco do Nordeste sustentou, em nota oficial, que a situação não indica o "fechamento dos CCBNB". Apesar das manifestações sinalizarem para a demissão e dispensa de trabalhadores do quadro de funcionários dos três equipamentos, a instituição informa que a gestão "visa otimizar a estratégia de funcionamento, de modo a potencializar resultados de investimentos, aprimorar formatos de parcerias e inovar processos, para atender de forma cada vez mais eficiente o público", explica o comunicado.  

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