Espaço Cultural Unifor lança exposições 'O Céu como Limite' e 'Macedônia'

Com entrada gratuita, público tem a oportunidade de visitar obras inéditas de Mario Sanders, Daniel Chastinet e Wilson Neto

Escrito por Redação ,
Obras
Legenda: Obras "Tesoura" (Daniel Chastinet e Wilson Neto) e "Coração" (Mario Sanders)

Um encontro com as artes plásticas do Ceará. A Fundação Edson Queiroz recebe duas novas exposições a partir desta quinta-feira (7). Com entrada gratuita, o Espaço Cultural Unifor estreia as mostras “O Céu como Limite” e “Macedônia”

Em “O Céu como Limite”, Mario Sanders apresenta desenhos, bordados, objetos e pinturas. A curadoria é de Izabel Gurgel. Já Daniel Chastinet e Wilson Neto trazem "Macedônia", que reúne telas em técnica mista e cadernos de viagem inspirados pela residência artística na República da Macedônia do Norte. Aldonso Palácio assina a curadoria.

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As obras dos artistas cearenses ficam em cartaz por quatro meses. Quem visitar o Espaço Cultural Unifor também terá a oportunidade de apreciar a mostra “100 Anos da Semana de Arte Moderna em Acervos do Ceará”. Programa imperdível para toda a família. 

Passear por estas peças é uma chance de conectar as tradições locais e aprimorar o olhar para além da fronteira. A partir dos bordados, Mario Sanders entrega uma visão única de mundo. “O céu não tem limite. E na minha visão, nada se acaba, tudo se transforma e em outras dimensões ganha uma nova vida”.

Legenda: "Mentira", de Mario Sanders

Há sete anos, a técnica do bordado passou a ser ferramenta do artista nascido em Aquiraz. Mario Sanders surgiu na cena artística de Fortaleza ainda nos anos 1980, quando integrou o grupo "Fratura Exposta". Foi premiado no tradicional Salão de Abri e marcou presença em outras edições da Unifor Plástica.

Mario Sanders
Legenda: Mario Sanders
Foto: Ares Soares

Arte nascida da família

“Mario Sanders vem de uma casa de mulheres e homens às voltas com as manualidades: fazer renda de bilros, bordar, fazer rede de  pesca, trabalhar com madeira na feitura de objetos úteis, cotidianos,  como bancos para sentar, comer, conversar, olhar o tempo, alçar o corpo para pegar algo que não está ao alcance. Práticas e ofícios que  abrem caminhos para ele nas artes”, compartilha A curadora Izabel Gurgel.

Obra  “Retratos da dor”, de Mario Sanders
Legenda: Obra “Retratos da dor”, de Mario Sanders

Para a presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha, a tradição das rendeiras de Aquiraz explica as origens do nosso povo e seu artesanato. "As linhas da vida do artista plástico Mario Sanders estão intrinsecamente costuradas à arte. Vem de outras gerações o tac-tac dos bilros que teceram a vida familiar. Das mãos da mãe e da avó, ele herdou cores e inspiração para desenhar novos caminhos”. 

Viagem à Macedônia

O mergulho em outra cultura revisitou novos horizontes criativos para Daniel Chastinet e Wilson Neto. A partir de uma residência artística na República da Macedônia do Norte, os cearenses criaram “Macedônia”. As obras falam para os espectadores sobre expandir olhares e viajar no cotidiano.

Por meio das pinturas e dos relatos de viagem, a dupla revela o país do sudeste europeu (localizado a cerca de oito mil quilômetros de Fortaleza) para os cearenses. Segundo Aldonso Palácio, Daniel Chastinet e Wilson Neto exploram aspectos únicos daquela cultura estrangeira.

Legenda: "Rakja", de Daniel Chastinet & Wilson Neto

"Os viajantes transcenderam à própria viagem e abraçaram a liberdade no campo da pintura ao preferir construir uma poética da memória, um álbum carregado de conjecturas e de imagens-gatilho”, descreve Palácio. Assim, o cotidiano experimentado na cidade macedônia de Bitola ganha sensações, ideias e cores.

Daniel Chastinet & Wilson Neto,
Legenda: "Mensagem", de Daniel Chastinet & Wilson Neto
Foto: Daniel Chastinet & Wilson Neto,

Os artistas definem que perceberam duas portas ou entradas para dois mundos distintos. "Foi assim nosso processo de criação – saindo de uma porta e encontrando um espaço de câmbio criativo”, apontam. As 23 obras em técnica mista são um passeio pelas cores capturadas ao longo da viagem.

Oportunidade única

“Os artistas deixaram-se mergulhar em outra cultura e imiscuir-se em outro lugar. O que nasce dessa imersão são obras que mesclam a vivacidade e a liberdade de criar”, diz sobre a mostra a presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha.

Wilson Neto e Daniel Chastinet
Legenda: Wilson Neto e Daniel Chastinet
Foto: Beatriz Bley

Conforme o vice-reitor de Extensão e Comunidade Universitária da Unifor, Randal Pompeu, a importância das vivências percorrida pelos artistas está materializada na nova mostra. "Trata-se, portanto, de exposição carregada de experimentações, referências multiculturais e aprendizados mútuos, valores igualmente cultivados pela Fundação Edson Queiroz em sua atuação cultural", diz o vice-reitor.

Serviço

Exposições “O Céu Como Limite” e “Macedônia”. A partir de 7 de abril de 2022. Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz). Visitação: de terça a sexta-feira (9h às 19h). Sábados e domingos (das 10h às 18h). Contato: (85) 3477.3319