Escritora Lygia Fagundes Telles morre aos 98 anos em São Paulo

Paulistana era considerada um ícone da literatura brasileira

Escrito por Redação ,
lygia fagundes telles
Legenda: Lygia Fagundes Telles integrava a Academia Brasileira de Letras desde a década de 1980
Foto: Reprodução

A escritora paulista Lygia Fagundes da Silva Telles, conhecida como a "dama da literatura brasileira", faleceu de causas naturais na manhã deste domingo (3), em São Paulo, aos 98 anos.

Lygia era ocupante da Cadeira nº 16 da Academia Brasileira de Letras desde outubro de 1985, quando foi eleita na sucessão de Pedro Calmon e tornou-se a terceira mulher a estar na ABL, onde fez um discurso histórico e empoderador.

"Imaginai uma reunião na linha dos malditos, dos raros, daqueles que pelos caminhos mais inesperados escolheram a ruptura. Fora do tempo e ocupando o mesmo espaço estão todos em uma sala. É noite. Os gênios ignorados num país de memória curta, que parece preferir os mitos estrangeiros, como se estivéssemos ainda no século 17, sob o cativeiro do reino. Os mitos estrangeiros que continuam sim nos vampirizando. Nós já estamos quase esvaídos e ainda oferecemos a jugular no nosso melhor inglês, o vosso amor é uma honra para mim".

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Prêmios e obras

Multipremiada, ela acumula o Camões (2005), e o Jabuti (1966, 1974 e 2001) e tem obras traduzidas para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, português de Portugal.

Ao mesmo tempo, a escritora viu suas obras serem adaptadas para o cinema, teatro e TV, como "Ciranda de pedra", de 1954. A publicação foi adaptada pela TV Globo em 1986, em formato de novela escrita por Janete Clair, com a colaboração de Dias Gomes.

Nascida em 19 de abril de 1923, Lygia cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e também a Escola Superior de Educação Física, da Universidade de São Paulo.

 

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