Em edição virtual, Festival Música da Ibiapaba contempla oficinas com foco na acessibilidade

Inscrições para momentos formativos seguem até esta sexta-feira (9), de forma gratuita

Escrito por Diego Barbosa , diego.barbosa@svm.com.br
Legenda: No total, serão mais de 1000 vagas em 10 oficinas oferecidas com foco no estudo da Música, e outras cinco que abordam a Acessibilidade
Foto: Francisco Gustavo

Faz 16 anos que o Mi - Festival Música da Ibiapaba se inscreve na paisagem serrana do Ceará como promotor de múltiplas perspectivas sobre a fruição musical. Neste ano, com a emergência da pandemia de Covid-19, o evento acontece de forma totalmente virtual, não menos sintonizado com aquilo que o consagrou nacionalmente: o zelo pelo saber artístico.

As oficinas de caráter formativo são, assim, um dos pontos altos do projeto, cuja programação artístico-cultural acontece de 25 a 30 de julho. A transmissão será por meio do site do Festival. Os momentos de troca de saberes com grandes mestres da música, por sua vez, ocorrem de 26 a 30 de julho pelo Google Meet – exceto aqueles de modo prévio, iniciados no dia 19. 

Aos interessados, as inscrições estão abertas até esta sexta-feira (9), após prorrogação da data feita pela organização do evento. Coordenadora Geral do Mi e da Coordenadoria de Artes e Cidadania Cultural da Secretaria da Cultura do Ceará (Codac/Secult-CE), Valéria Cordeiro sublinha que um dos maiores focos deste ano é contemplar a questão da acessibilidade – seja considerando as apresentações finais, seja abraçando os métodos de ensino e aprendizado.

“Queremos tanto aproximar os professores e a equipe de ampliação do público – para que possamos contar com uma maior diversidade nas várias formas de participação; como também trabalhar os mediadores que atuam como intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) ou audiodescritores”, detalha Valéria.
Valéria Cordeiro
Coordenadora Geral do Mi e da Coordenadoria de Artes e Cidadania Cultural da Secretaria da Cultura do Ceará (Codac/Secult-CE)

Segundo ela, o evento contou com uma experiente assessoria de acessibilidade para que cada passo fosse dado com diligência e totalidade, unindo diferentes atores e agentes numa causa comum. “Vejo tudo isso como da mais alta importância. O processo é muito relevante porque, quando se passa pelas ações, o aprendizado fica – na cidade, nos alunos, com os professores e com a própria equipe também. É uma formação mais ampla e mais cidadã, que vai dando sustentação para as outras atividades”, considera.

Desafios e potencialidades

Considerando o escopo principal, no total serão mais de 1000 vagas em 10 oficinas oferecidas com foco no estudo da Música, e outras cinco que abordam a Acessibilidade. Artistas do calibre de Mônica Giardini, Nicolas Krassik e Nelson Faria são exemplos de professores que ingressam na trajetória formativa do Mi. 

Entre os temas trabalhados nos encontros, estão “Criação musical para diversas linguagens”, “Performance vocal”, “Harmonia e improvisação”, “Arranjo em música popular” e “Gestão para bandas de música”. Na seção Acessibilidade, serão conferidas os temas “Linguagens artísticas, pertencimento e culturas surdas” e “Audiodescrição no contexto dos Museus e Produções Audiovisuais”.

Legenda: Registro de aula realizada antes da pandemia: foco da fruição artística no evento permanecerá no formato virtual
Foto: Divulgação

Sendo o Festival uma iniciativa que preza pela capilaridade da programação – haja vista o robusto roteiro de práticas e diálogos nas edições presenciais – alguns desafios surgiram no front a partir da decisão de realizá-lo de modo integralmente digital. Um deles foi a preocupação de que não fosse apenas um evento virtual, mas uma continuidade do trabalho formativo que sempre pautou o projeto.

A aproximação com os formadores e o conhecimento de possíveis limitações no trato com as plataformas na internet foram alguns dos pontos trabalhados pela organização. “Nosso foco foi fazer com que eles se sentissem seguros e confortáveis para dar as aulas, da mesma forma com os alunos. Inclusive, já na inscrição, pedimos que a pessoa sinalize se acha que ali, entre as orientações gerais, há alguma dificuldade”, explica Valéria Cordeiro.

Legenda: Formação musical durante a 15ª edição do evento
Foto: Paulo Winz

Caso haja, a proposta é que haja ações prévias de modo a fazer com todos se sintam mais familiarizados com o ambiente virtual para, então, dar o pontapé nos encontros. “São desafios que entendemos como processos e que, na verdade, são uma aprendizagem e uma formação para todo mundo que está envolvido”, completa.

Três oficinas acontecerão na véspera do evento, em caráter especial, exatamente com o intuito de preparar e sensibilizar professores(as), profissionais da cultura e pessoas interessadas na acessibilização de conteúdos artísticos.

Requisitos para participação

Realizado pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura e do Instituto Dragão do Mar, em parceria com a Prefeitura de Viçosa do Ceará, o Festival Música da Ibiapaba preza pela participação nas oficinas de pessoas que atuam com o segmento musical – de estudantes e educadores a pesquisadores e demais interessados na área.

Todos devem atender os pré-requisitos das atividades da programação formativa do evento. Entre eles, estão a idade mínima de 16 anos e o perfil atualizado no Mapa Cultural do Ceará. O resultado da seleção dos participantes das oficinas está previsto para ser divulgado no dia 14 de julho, nas redes oficiais do Mi.

Valéria Cordeiro ainda adianta que o festival também está colocando à disposição do público uma programação infantil, embora ainda curta – tendo em vista as adequações ao formato digital. A ideia, contudo, é que essas atividades sejam ampliadas nas próximas edições.


Serviço
Inscrições para oficinas do Mi - Festival Música da Ibiapaba
Até esta sexta-feira (9), de forma gratuita. Ficha de inscrição e outras informações disponíveis no site do festival, cuja programação artístico-cultural acontece de 25 a 30 de julho, também veiculada no site

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