Destaque da música instrumental no Brasil e no mundo, Bixiga 70 se apresenta hoje em Fortaleza

A programação do VI Festival Fortaleza Instrumental segue até amanhã (30), com acesso gratuito. O show do Bixiga 70 acontece hoje, às 22h, no Sesc Fortaleza (Centro)

Escrito por Felipe Gurgel , felipe.gurgel@svm.com.br
Legenda: A "big band" paulistana comemora um ano de circulação pelo Brasil
Foto: Foto: José de Holanda

Três anos depois do último show na capital cearense, o Bixiga 70 (SP) retorna a Fortaleza. A "big band" paulistana é a última atração de hoje (às 22h) na programação do VI Festival Fortaleza Instrumental. O evento acontece até sábado (30) na unidade do Sesc Fortaleza (Centro). A formação circula pelo Brasil e pelo mundo; e azeita uma sonoridade repleta de influências latinas e africanas, daquelas que chama atenção independente das preferências musicais do ouvinte.

Em 2016, a banda formada por Cris Scabello (guitarra), Daniel Nogueira (sax tenor e flauta), Daniel Gralha (trompete), Décio 7 (bateria), Doug Bone (trombone), Marcelo Dworecki (baixo), Mauricio Fleury (teclados e guitarra), Rômulo Nardes (percussão) e Cuca Ferreira (sax barítono e flauta), se apresentou em Fortaleza pela Maloca Dragão. Dois anos depois, lançou "Quebra Cabeça", seu quarto e último álbum.

Agora, o Bixiga 70 - saído do "laboratório" do estúdio Traquitana, no bairro do Bixiga, capital paulista - celebra um ano de circulação pelo Brasil. Habitué de turnês internacionais, o grupo fez mais de 100 shows fora do País nos últimos três anos. Em 2019, no entanto, a banda chegou a lugares como o Maranhão pela primeira vez.

"A gente não é uma banda fácil de viajar, por conta de ter muitos músicos. Há sempre o custo elevado de passagens. Mas, para nossa surpresa, este ano viajamos bastante pelo Brasil, mais que em 2018. Para o Sul, a gente às vezes faz até de ônibus. Mas quando envolve deslocamento de avião, esse circuito de eventos culturais é fundamental", pontua o saxofonista Cuca Ferreira.

Antes do show, às 9h da manhã, o grupo conduz uma oficina para 40 pessoas, sobre a construção dos arranjos dos temas de seu repertório. Os músicos realizaram a atividade pela primeira vez em meados deste ano, em Portugal.

"É uma oficina que a gente parte dos ritmos afro-brasileiros. E quem conduz é nosso percussionista, o Rômulo (Nardes). Ele pesquisa a cultura afro e constrói os próprios tambores. Muitas das nossas músicas nascem assim, a partir dessas bases percussivas", explica Cuca.

Toda banda participa da oficina, mostrando como constrói as melodias e harmonias a partir do ritmo. À noite, os paulistanos se apresentam depois do Astronauta Marinho/CE (19h) e Wassab/PE (20h30).

Visual 

Antes de cair na estrada com os temas instrumentais, o Bixiga 70 conta com o apoio de um “décimo integrante” para calibrar a identidade visual de seus álbuns. Mauricio Zuffo Kuhlmann (MZK) fez a arte dos quatro discos até aqui e é a figura responsável por agregar um sentido imagético à música sem voz.  

Legenda: As quatro capas da discografia do Bixiga 70: o artista visual MZK é como se fosse um "décimo" integrante da banda

"Tudo nosso que já foi feito de parte visual: capas, folhetos, cartazes, sempre foi ele que fez. É um cara muito próximo da banda, e que pesquisa o mesmo tipo de música que a gente gosta. É a primeira pessoa para quem mostramos os discos novos. É uma relação de confiança”, observa Cuca Ferreira.  

2020

Em 2020, o Bixiga 70 completa 10 anos. Além de realizar um show comemorativo, o grupo programa nova turnê internacional e pretende experimentar parcerias com outros artistas. No próximo dia 8, a banda lança o single "Alumiou", ao lado da cantora Luiza Lian (SP), nas plataformas digitais e em um compacto de vinil.

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