Costume das ruas, dindins invadem festas e eventos

Famoso nas casas dos cearenses, a produção de dindim ganhou novos ingredientes e invadiu festas e eventos

Escrito por Redação ,
Legenda: O dindim da "Abacashi gourmet", criada por Raquel Alcantarino, começou a ser vendido nas ruas

Prepara o suco, ensaca o líquido, dá o nó na ponta, deixa no freezer e depois é só se deliciar. Opção de sobremesa para os dias quentes, o dindim é tradição nas casas dos cearenses. Entretanto, o mercado foi crescendo e os produtores viram a oportunidade de fazer algo diferente: colocaram na receita leite condensado e outros ingredientes mais elaborados. A 'gourmetização' do suquinho congelado virou fenômeno e o costume, que começou nos bairros, invadiu festas de aniversários, casamentos, entre outras celebrações.

Exemplo forte disso é a "Dindin Bar", empreendimento de Tiago Cordeiro, 19, que virou febre entre as celebridades. O jovem começou a vender a sobremesa aos 15 anos nas ruas do Centro de Fortaleza. Com a vontade de expandir o negócio, ele despertou para apostar no serviço em festas e trabalhar com encomendas não só de dindim, mas também de pipoca, crepe, algodão doce, tabuleiro de brigadeiro.

A iniciativa deu certo, mas Tiago queria alcançar mais. Então, teve a ideia de fechar parcerias com famosos de Fortaleza e levou o serviço para as celebrações de Wesley Safadão, Samyra Show e Solange Almeida. Com o sucesso, o convite surgiu para participar de eventos em outros estados, como o aniversário dos cantores Anitta e Leo Santana.

Iniciativas

Buscando fugir do desemprego, Raquel Alcantarino, 33, viu no dindim a chance de empreender. A aposta veio há mais de dois anos, logo no início da popularização dos gourmet. "Eu tinha uma vontade muito grande de não trabalhar mais pra ninguém. Na época, foi o lançamento dos dindins com ingredientes mais elaborados, então eu resolvi investir já que era uma novidade e deu certo", explica.

Assim como Tiago, a empreendedora começou vendendo seu produto na rua e, com o reconhecimento, surgiu a ideia de se dedicar a encomendas para eventos. Raquel é a responsável por toda as etapas da "Abacashi Gourmet", desde a produção dos dindins até a venda e distribuição.

O produto é exposto numa caixa de madeira rústica, conservado no isopor com uma durabilidade de até quatro horas e é disponibilizado em dois tamanhos, o tradicional e o mini. O segundo é o mais pedido para festas e a quantidade mínima para encomendas é de 50 dindins.

Já o alagoano Ernandes Mota, 42, resolveu fazer do hobby o próprio negócio. A mudança para Fortaleza despertou a vontade de fazer um curso sobre produção de dindins gourmet e, com isso, ele viu a oportunidade de empreender. "Eu pensei em começar a fazer para desopilar, saia oferecendo para meus colegas, as pessoas gostaram demais e comecei a fazer para vender. No começo, produzia cinco sabores, com o tempo fui desenvolvendo outros e, hoje, são 29 ao todo", conta o dono da Dindinshow.

Com a expansão do negócio, Ernandes também resolveu colocar seus produtos nos eventos. "Comprei um carrinho de picolé para disponibilizar, essa demanda surgiu quando fiz parceria com um buffet para promover degustação. Eles gostaram e pediram para eu produzir em tamanhos menores, principalmente, para festas infantis", comenta.

Ernandes atribui esse sucesso à lembrança que a sobremesa remete à infância. Para Raquel, a principal questão é da identificação com o costume regional. O dindim me parece ser muito cearense e as pessoas gostam de oferecer nas festas aquilo que parece com elas. Como ele se tornou uma coisa mais fina, então agora ele é visto com outros olhos, não fica por baixo de nenhuma outra sobremesa".

No cardápio de Ernandes, há três tipos da iguaria para todos os gostos, os tropicais - feitos de frutas com água de coco -, os gourmet e os de proteína. A ideia veio a partir da demanda do público. "Muita gente chegava perguntando se tinha opções sem lactose, aí eu fui pesquisar como poderia fazer e criei os dindins tropicais com água de coco. Descobri também um tal de picolé de whey no palito e comecei a fazer um proteico".

Para essa produção especializada, Ernandes contratou um nutricionista para ver quais os melhores ingredientes que poderiam ser acrescentados, pensando na tabela nutricional e para fazer uma produção mais padronizada e com preocupação com o consumidor.

Demanda parecida chegou para Raquel ao perceber que havia muita procura vinda de pessoas com intolerância a lactose, diabéticas e outras restrições alimentares. A empreendedora desenvolveu, então, os dindins detox inspirados nos sucos.

Seja nas ruas, em casa ou nos eventos, o doce nas diferentes versões é grande pedida para os amantes de sobremesas.

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