Autor de capas de discos clássicos da MPB, Cafi morre no RJ

Aos 68 anos, o fotógrafo sofreu um infarto durante a passagem de ano

Escrito por Folhapress ,

Morreu nesta terça (1º), aos 68 anos, o artista plástico e fotógrafo pernambucano Cafi. Ele sofreu um infarto, enquanto acompanhava a virada do ano na praia do Arpoador, zona sul do Rio de Janeiro (RJ).

Nascido Carlos da Silva Assunção Filho, o recifense foi o fotógrafo oficial do Clube da Esquina (MG). Autor da famosa capa do disco duplo que os músicos mineiros lançaram em 1972, Cafi fez a imagem clássica de um menino negro e um menino branco sentados perto de uma cerca.

Vindo de uma família tradicional do Recife (PE), Cafi pegou gosto pela fotografia graças a um tio, que colecionava esse tipo de registro. Começou fazendo fotos das obras que ele pintava na adolescência e depois enveredou pelos retratos. Ele cursou gravura e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio.

Segundo depoimento que Cafi prestou ao Museu da Pessoa, foi em 1968 que ele conheceu Ronaldo Bastos, compositor que o apresentou aos mineiros do Clube da Esquina. Junto de Bastos, fundou ainda a Nuvem Cigana, coletivo que reuniu músicos e poetas nos anos de 1970.

Nas duas décadas seguintes, o artista foi o responsável por mais de 250 capas de discos da MPB, especialmente daqueles gravados por integrantes do Clube, como Milton Nascimento, Lô Borges e Beto Guedes. Também assinou trabalhos de Alceu Valença, Chico Buarque, Jards Macalé, Fagner, Geraldo Azevedo e Nana Caymmi.

Legenda: Capa de "Manera Frufru Manera" (1973), álbum de estreia do cearense Raimundo Fagner, contou com imagem de Cafi

 

Assuntos Relacionados