Prefeito renuncia ao cargo em município no Rio Grande do Norte dois meses depois de tomar posse

Lilito Monteiro (MDB) passou menos de um mês na gestão, já que pediu licença para tratar Covid-19. Vice-prefeito Flávio do Tico assume prefeitura

Legenda: Renúncia foi decidida por uma "profunda reflexão pessoal", ocorrida em "noites de insônia", disse Lilito.
Foto: reprodução/Instagram

O empresário Francisco Wilton Cavalcante Monteiro, mais conhecido como Lilito Monteiro (MDB), de 50 anos, renunciou ao cargo de prefeito de Rodolfo Fernandes, no Rio Grande do Norte, dois meses depois de assumir a gestão. A desistência foi comunicada em carta de renúncia à Câmara de Vereadores do município nesta quarta-feira (3). As informações são do portal G1.

O prefeito passou menos de um mês da gestão, já que pediu licença do cargo para fazer tratamento contra a Covid-19 ainda em janeiro, tendo voltado no último dia 2. Lilito atribuiu a renúncia à situação econômica do município, que fica região Oeste do estado.

No texto, ele afirmou ainda que, apesar de "defender os interesses coletivos, a vida, a saúde e o bem-estar do povo de Rodolfo Fernandes", tem receio de não ter "meios financeiros, orçamentários, operacionais e humanos para cumprir essa tarefa", o que poderia causar decepção.

"Não basta o gestor ter elevado espírito público, nem ser um sonhador como eu. Precisa ter a coragem de ignorar as carências e conviver com as limitações e negações. E isto eu sei que não saberei fazer", completou.

Quem assume a gestão de Rodolfo Fernandes é o vice-prefeito eleito, José Flávio Morais, conhecido como Flávio de Tico (MDB). A chapa foi eleita com 1.932 votos — o que representou 53% dos votos válidos nas eleições de 2020.

Efeitos da crise

Ainda na nota, o prefeito afirmou que municípios pequenos, como Rodolfo Fernandes, têm falta de receitas próprias e vivem exclusivamente de repasses financeiros do Governo Federal, que está" implementando alteração nesses repasses, prometendo adoção de ajustes fiscais, alteração de direitos sociais e outras garantias de benefícios que foram incorporados à sociedade por dura luta popular".

O texto segue com a afirmação de que a renúncia foi decidida por uma "profunda reflexão pessoal", ocorrida em "noites de insônia" e sem relação com pessoas, causas administrativas e funcionais ou estruturas partidárias e políticas. "Nesse exato momento em que a sociedade brasileira se entrega à tarefa coletiva de reavaliação agônica de seus rumos econômico, social e político, o gestor não basta ter elevado espírito público, nem ser um sonhador como eu", afirmou.

Casado e pai de três filhos, Lilito possui uma distribuidora de medicamentos e material hospital. Ele já tinha se candidatado a prefeito em 2012, mas não foi eleito no pleito. Um dos filhos, Antônio Monteiro, afirmou que o pai viajou e não deseja conceder entrevistas.