O ex-governador de Pernambuco, Joaquim Francisco, morreu aos 73 anos nesta terça-feira (3) em Recife. O antigo gestor estava internado no Hospital Português, no centro da Cidade, onde realizava um tratamento contra o câncer. As informações são do G1.
Além de chefe do Executivo estadual, ele também ocupou o cargo de prefeito da Capital e foi deputado federal, além de ministro do Interior.
Joaquim deixou a esposa e três filhas.
O governador do estado, Paulo Câmara (PSB), e o prefeito de Recife, João Campos, decretaram luto oficial de sete dias em Pernambuco e na capital. No Twitter, Câmara lamentou a morte do político.
"Pernambuco perdeu um dos seus filhos mais ilustres. O ex-governador Joaquim Francisco foi um homem de diálogo e extremamente dedicado à sua terra e ao seu povo. Ingressou cedo no serviço público chegando até o cargo de procurador. Joaquim também tinha a política no sangue".
Campos também se manifestou o assunto nas redes sociais e se solidarizou à família do ex-governador.
"De longa e expressiva trajetória política e atuação no serviço público, sua passagem à frente da nossa cidade foi marcada pela dedicação e compromisso com os recifenses. Meus mais profundos sentimentos à sua família e amigos. Que possam encontrar conforto nesse momento de dor.", escreveu Campos nas redes sociais.
Vida pública
Formado em direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Joaquim Francisco iniciou a carreira política cedo. Durante o regime militar (1964-1985), ele se filiou ao partido Arena. Em 1975, se tornou secretário estadual de Ação Social, no governo de Moura Cavalcanti, de quem era primo.
Na primeira eleição para governador, após o golpe de 1964, ele coordenou a campanha de Roberto Magalhães (PDS) ao cargo de gestor de Pernambuco. Com a vitória, Joaquim foi escolhido para ser prefeito de Recife — na época, governadores escolhiam os representantes municipais do Executivo.
A construção do Viaduto Tancredo Neves, que liga as zonas Sul e Oeste da cidade, foi um dos grandes marcos do político frente à prefeitura.
Ele ocupou a cadeira de prefeito da capital também em 1988, na primeira eleição para o cargo desde a ditadura militar.
Antes disso, chegou a ser ministro do Interior do governo de José Sarney, saindo do cargo três meses depois por possuir divergências com a cúpula federal.
Em 1990 renunciou a Prefeitura de Recife para concorrer, e ganhar, a eleição para governador de Pernambuco. A gestão foi marcada pela privatização do banco estadual, o Bandepe.
Após o fim do mandato, foi para os Estados Unidos, onde assumiu um cargo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e depois no Banco Mundial (Bird).
Ao retornar ao Brasil, em 1996, se elegeu mais duas vezes para a Câmara dos Deputados.
Em 2010 fez uma aliança com à esquerda e virou suplente do senador de Humberto Costa (PT), já filiado ao PDSB.