Witzel nega atos ilícitos, desafia PGR e diz que 'interesses poderosos' o querem longe do governo

Ex-juiz criticou a delação premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, solto no início do mês

Escrito por Folhapress ,

Legenda: Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro
Foto: Agência Brasil

Afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) do cargo de governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) afirmou à imprensa nesta sexta-feira (28) que está sendo "massacrado politicamente" porque há interesses poderosos que não o querem governando o estado do Rio.

"Minha indignação é de um cidadão que está aqui com o compromisso de governar o estado, reduzir os índices de criminalidade, enfrentando todas as dificuldades. Querem me tirar do governo, organizações criminosas estão perdendo dinheiro", disse.

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O ex-juiz também criticou um suposto uso político do instituto da delação premiada e afirmou que o processo penal brasileiro está se transformando em um circo.

A denúncia apresentada pela  Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Witzel ocorreu na esteira da homologação do acordo de colaboração premiada do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, solto no início do mês.

"Reafirmo que não tenho medo de delação, porque a delação desse canalha do Edmar é mentirosa. Foi pego com a boca na botija."

Witzel afirmou que não cometeu atos ilícitos e que não recebeu vantagens indevidas. Ele desafiou a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, a apresentar provas que comprovem a afirmação de que ele atuou como chefe de uma organização criminosa em seu governo.

"Quero que ela apresente um único e-mail, um único telefonema, uma prova testemunhal, um pedaço de papel, em que eu tenha pedido qualquer tipo de vantagem ilícita para mim", disse.

"Não existe nenhum ato de corrupção na decisão de afastamento e na representação. Que provas são essas que eu sou o chefe da organização criminosa? Para ser chefe, você tem que praticar ato ilícito. Qual foi o ato que eu pratiquei? Nunca, não vão achar."

O ex-juiz também afirmou que Lindôra mantém relações com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). "O senhor presidente da República, com todo o respeito, fez acusações extremamente graves e levianas contra mim porque acredita que vou ser candidato a presidente", disse.

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