Sequestrador de Washington Olivetto será extraditado para o Chile

Ele deverá cumprir no Chile restante da pena pelo sequestro do publicitário em 2001 em SP

Escrito por Folhapress ,
Legenda: O governo chileno pedia a extradição de Norambuena desde a prisão dele no Brasil por causa do sequestro de Olivetto
Foto: Reprodução

O chileno Maurício Hernandez Norambuena será extraditado para o Chile nos próximos dias. Ele cumpria pena no Brasil por ter participado do sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2001.

No Chile, Norambuena estava condenado a dupla prisão perpétua por ser o mentor intelectual do assassinato do senador Jaime Guzmán, em 1991, que era estreitamente ligado ao ditador Augusto Pinochet, e por ter participado do sequestro de Cristián Edwards, herdeiro do conglomerado jornalístico El Mercúrio.

Ex-militante da Frente Patriótica Manuel Rodríguez, ele foi preso no Chile nos anos 1990. Conseguiu sair de um presídio de segurança máxima depois de uma fuga espetacular, em que foi resgatado por um helicóptero.

Anos depois, no Brasil, participou do sequestro de Olivetto, que ficou 53 dias em um cativeiro. Preso, Norambuena passou 16 anos em regime de isolamento no sistema prisional federal. No começo do ano, foi transferido para a detenção de Avaré, no interior de São Paulo.

O governo chileno pede a extradição de Norambuena desde que ele foi encarcerado pelo sequestro de Olivetto.

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a extradição na época. Impôs, no entanto, uma condição: a pena de Norambuena tinha que ser comutada, de perpétua para no máximo 30 anos, seguindo as regras penais brasileiras.

O Chile nunca aceitou as condições. Mas, agora, o governo do presidente Sebastian Piñera teria se comprometido formalmente a não executar penalidades que não são previstas no Brasil, como a pena perpétua e a pena de morte.

A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça.

No fim de semana, Norambuena foi transferido de maneira sigilosa da prisão de Avaré, no interior de São Paulo, para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal.

A família não foi avisada e nem mesmo a defensora de Norambuena, Sabrina Diniz, sabia do paradeiro dele.

A defensora buscou informações e acabou descobrindo que ele estava na PF em São Paulo.

Ela já impetrou um habeas corpus no STF, com pedido de liminar, para que Norambuena não seja extraditado até que as condições em que isso ocorreria sejam esclarecidas.