Saque desfigura o rosto da Amazônia, diz papa Francisco ao encerrar o Sínodo

A assembleia do sínodo elaborou propostas a serem analisadas por Francisco, que tem a palavra final sobre a implantação

Escrito por Folhapress ,
Legenda: A missa, na Basílica de São Pedro, encerrou as três semanas da assembleia do sínodo
Foto: AFP

Em missa do encerramento do Sínodo para a Amazônia, o papa Francisco afirmou neste domingo (27) que a violência e o saque continuam machucando a região. "Os erros do passado não foram suficientes para deixarmos de saquear os outros e causar ferimentos aos nossos irmãos e a nossa irmã terra: vimos isso no rosto desfigurado da Amazônia", disse Francisco, em sua homilia. 

"Quantas vezes quem está à frente, como o fariseu relativamente ao publicano, levanta muros para aumentar as distâncias, tornando os outros ainda mais descartados. Ou então, considerando-os atrasados e de pouco valor, despreza as suas tradições, cancela suas histórias, ocupa os seus territórios e usurpa os seus bens."

"Quanta superioridade presumida, que se transforma em opressão e exploração, ainda hoje! Vimos isso no Sínodo quando falamos sobre a exploração da Criação, das pessoas, dos habitantes da Amazônia, do tráfico de pessoas e do comércio de pessoas!", afirmou, em parte improvisada do seu sermão. 

A missa, na Basílica de São Pedro, encerrou as três semanas da assembleia do sínodo. No sábado, foi divulgado um documento de 33 páginas, com propostas como a ordenação de homens casados para atuar na Amazônia, a criação do "pecado ecológico", o respeito à religiosidade não cristã indígena e o estabelecimento de um "observatório pastoral socioambiental". 

As propostas do sínodo agora serão analisadas por Francisco, que tem a palavra final sobre a implantação. Ao receber o documento, no sábado (26), prometeu terminar a revisão até o final deste ano.