Promotor é investigado por dizer que réu negro não cometeria crime se tivesse recebido “chibatadas”

A fala do promotor do RS ocorreu durante julgamento na cidade gaúcha São José do Norte

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Martelo de juíz
Legenda: Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) confirmou que a fala foi registrada em ata
Foto: Shutterstock/SOMKID THONGDEE

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul (RS) está sendo investigado após proferir uma suposta fala de teor racista. O fato ocorreu nessa quinta-feira (28), durante sessão do Tribunal do Júri na comarca de São José do Norte, região Sul do estado. 

De acordo com informações da CNN Brasil, o promotor teria sugerido que o réu não teria cometido crimes se tivesse recebido “chibatadas” quando mais novo.

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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) confirmou, por meio de nota, que a fala foi registrada em ata, sendo formalmente consignada nos autos e encaminhada à Corregedoria-Geral do Ministério Público (MP) para as providências cabíveis.

A manifestação verbal do promotor do RS investigado ocorreu durante um julgamento de um réu acusado de homicídio qualificado e tentativa de feminicídio, que foi condenado a 28 anos de reclusão pelo Conselho de Sentença. 

O TJRS destacou, ainda, que a atuação dos membros do Ministério Público está sujeita à fiscalização e controle interno da própria instituição, sugerindo que eventuais esclarecimentos adicionais sejam solicitados diretamente ao MP.

Confira a nota do TJRS 

Confirmamos que, de fato, foi registrada em ata a manifestação verbal do representante do Ministério Público durante sessão do Tribunal do Júri realizada na Comarca de São José do Norte. A fala, considerada pela defesa como de cunho racista, foi formalmente consignada nos autos e encaminhada à Corregedoria-Geral do Ministério Público para as providências cabíveis.

A magistrada responsável pelo julgamento, observando os princípios da legalidade e da imparcialidade que regem a atuação jurisdicional, procedeu ao registro da ocorrência em ata e à devida comunicação oficial aos órgãos competentes.

O réu, que respondia por homicídio qualificado e tentativa de feminicídio, foi condenado à pena de 28 anos de reclusão, conforme decisão do Conselho de Sentença.

Considerando que a atuação do membro do Ministério Público está sujeita à fiscalização e controle interno da própria instituição, sugerimos que eventuais esclarecimentos adicionais sejam solicitados diretamente ao Ministério Público.

 

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