Presidente do IBGE pede exoneração do cargo

Susana Cordeiro Guerra pediu para entregar cargo um dia após a aprovação da Lei Orçamentária Anual, que prevê redução de verba destinada ao Instituto

Escrito por Estadão Conteúdo ,
IBGE
Legenda: Susana Cordeiro Guerra pediu para deixar o cargo alegando motivos pessoais
Foto: Fábio Motta / Estadão

Um dia após aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, com um orçamento insuficiente para garantir a realização do Censo Demográfico, a presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração nesta sexta-feira, 26. 

A decisão alegada, no entanto, justifica "motivos pessoais e de família", segundo nota divulgada pelo IBGE.

"O IBGE informa que Susana Cordeiro Guerra pediu exoneração do cargo de presidente do órgão por motivos pessoais e de família. Ela continuará no cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado", diz a nota divulgada pelo órgão de estatísticas.

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O IBGE já havia divulgado nota para informar, ainda nesta sexta, que diante da aprovação da LOA de 2021, solicitaria "orientações ao Ministério da Economia sobre os procedimentos no tocante à operação censitária".

Sem orçamento

Aprovada na quinta-feira, 25, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, a LOA de 2021 reduziu o orçamento do Censo Demográfico de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões. A redução inviabiliza a realização do Censo neste ano, após a pesquisa já ter sido adiada em um ano.

O censo deveria ter ido a campo em 2020, mas foi adiado devido à pandemia de Covid-19. O órgão trabalhava para dar início à coleta, que visitaria todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros, a partir de agosto deste ano.

Tecnicamente, a verba ainda pode ser alterada na votação do plenário do Congresso. Não há, porém, nenhum movimento para essa mudança.

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