Prefeitos das maiores capitais empossados com discursos alinhados

Os gestores de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza destacam os desafios para iniciar vacinação, além das dificuldades econômicas em meio à crise e volta às aulas presenciais na rede pública

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br

Pela terceira vez, Eduardo Paes (DEM) tomou posse como prefeito do Rio de Janeiro. A cerimônia de ontem ocorreu em meio às turbulências recentes envolvendo o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que está em prisão domiciliar por suspeitas de um esquema de propina na Prefeitura. Paes chegou a citar uma "herança perversa" da gestão passada e disse que dará prioridade ao combate à corrupção e à recuperação econômica do município.

Antes da posse, o prefeito publicou uma edição extra do Diário Oficial, com 74 decretos. A mensagem determinou investigações sobre o prefeito anterior e uma série de medidas econômicas, como a suspensão de concursos públicos. "Nunca na história da cidade um prefeito recebeu de seu antecessor uma herança tão perversa: servidores esperando pagamentos que não vêm, 15 folhas de salários para este ano, um desafio fiscal colossal que alcança R$ 10 bilhões. Esse é o cenário desastroso das finanças da Prefeitura", destacou o prefeito.

Paes também acenou para questões acerca da representatividade. Ele disse que vai respeitar a diversidade do Rio e que o racismo será combatido. "Faremos um governo antirracista. Essa chaga brasileira e dívida que temos com séculos de racismo tem que ser superada de uma vez por todas, e queremos ser exemplo disso", destacou.

Fortaleza

Em Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT) assumiu um cargo no Executivo pela primeira vez desde que entrou na vida pública, em 1988. Ele adotou um discurso baseado na valorização da ciência, incluindo a vacinação da população contra a Covid-19.

São Paulo

O tema da saúde pública também foi o tom principal na posse de Bruno Covas (PSDB), em São Paulo. No primeiro discurso após a posse, Covas disse que a prioridade do novo mandato é o combate às desigualdades sociais e ao avanço da pandemia na Capital paulista. O prefeito também indicou que a volta às aulas terá amplo espaço para discussão imediata. A gestão municipal prevê o retorno das aulas presenciais em fevereiro, com rodízio de estudantes".

Covas citou o discurso da vice-presidente eleita dos Estados Unidos, Kamala Harris: "A democracia não está garantida. Ela é tão forte quanto a nossa vontade de lutar por ela, de protegê-la". O prefeito também disse que "política não é terreno para intolerantes nem para lacradores de redes sociais".

Salvador

Em Salvador, Bruno Reis (DEM) seguiu a mesma linha e elencou Educação, Saúde e Economia como prioridades no novo governo. Um dos principais problemas que preocupam os gestores é a vacinação, mais precisamente a falta de um imunizante já aprovado para ser aplicado no Brasil. "A palavra de ordem será combater o coronavírus. Não importa a nacionalidade da vacina, o que importa é sua eficácia e segurança. Que possamos voltar à normalidade na rotina de Salvador", disse.

Belo Horizonte

Aos 61 anos, Alexandre Kalil (PSD) participou de forma remota da cerimônia de posse em Belo Horizonte. A decisão teve como justificativa a pandemia. "Estamos no mesmo barco. Estamos na mesma canoa", disse ele aos vereadores sobre o enfrentamento à Covid-19. "Esta cidade é uma cidade plural, uma cidade de todos. Uma cidade de LGBTs, de cristãos, evangélicos, de negros, de brancos e assim continuará sendo neste segundo mandato", disse Kalil, que foi reeleito e assume 2º mandato na capital mineira.

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