Fiocruz perdeu R$ 2,5 milhões com voo cancelado à Índia em janeiro

Com o valor desperdiçado, seria possível comprar 90 mil doses prontas da vacina importada do país asiático

Escrito por Constança Rezende / Folhapress ,
AstraZeneca
Legenda: O voo cancelado buscaria 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19
Foto: Oli Scarff/AFP

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) perdeu cerca de US$ 500 mil, o equivalente a R$ 2,5 milhões, em um voo frustrado que iria à Índia em janeiro deste ano. A meta era buscar 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19.

A viagem foi cancelada pela fabricante Serum Institute of India quando a operação já estava montada, após o fracasso nas negociações dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.

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Ao todo, 90 mil doses prontas da vacina importada do país asiático poderiam ser compradas com o valor desperdiçado. 

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, deverá depor na CPI da Covid do Senado no dia 8 de junho. Ela foi convocada a falar a pedido do presidente do grupo, senador Omar Aziz (PSD-AM), e de Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

A fundação afirmou que a contratação foi solicitada pelo Ministério da Saúde e viabilizada por meio da Fiotec (instituto de pesquisas vinculado à Fiocruz), que usou recursos públicos para o pagamento.

Contrato não permite reembolso 

Ainda segundo a entidade, o valor do contrato com a empresa que iria fretar o voo a Mumbai, a DMS Agenciamento de Cargas e Logística, foi pago antecipadamente.

O órgão explicou que é praxe do mercado que os contratos de fretamento estabeleçam pagamento adiantado e reserva prévia, sem possibilidade de reembolso.

"Todos os contratos de fretamento no mercado estabelecem pagamento adiantado e reserva prévia, sem possibilidade de reembolso. Portanto, o valor investido nessa operação, de US$ 500 mil, não pode ser recuperado", afirmou.

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