Filha do cantor Belchior esperava por condenação e não vai recorrer sobre decisão, diz advogado
Defesa ainda conseguiu reduzir pena
Isabella Belchior, filha do cantor cearense Belchior, foi condenada a nove anos de prisão pelo assassinato do metalúrgico Leizer Buchwieser dos Santos. O crime aconteceu em São Carlos (SP), em 2019. Conforme matéria do Uol, publicada nesta quinta-feira (24), ela optou por não recorrer sobre pena.
A herdeira do cantor cearense optou por não contratar um advogado e recorreu à Defensoria Pública de São Paulo. Pedro Naves Magalhães, que assumiu a defesa, declarou em entrevista que Isabella estava ciente da condenação.
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"A Isabella estava convicta que seria condenada, até por assumir as responsabilidades pelo que fez. Conseguimos reduzir a pena de 12 para 8 anos, e ela pegou mais um ano de prisão por ocultação de cadáver. Ela compreendeu que estava dentro do que era possível, acatou e disse que não quer recorrer", disse Pedro Navaes.
Pedro Naves Magalhães detalhou que a redução de pena ocorreu após o júri reconhecer ser um "homicídio privilegiado", quando são considerados atenuantes por situações em que você comete o crime alegando "relevante valor moral ou social".
Além de defender que Isabella participou do crime por legítima defesa, o advogado lembrou que a polícia descobriu, durante as investigações, que Santos praticava crimes sexuais envolvendo menores de idade.
Outros condenados
Além da filha de Belchior, também foram condenados Estefano Rodrigues e Bruno Thiago Dornelas Rodrigues. Os dois são irmãos de Jaqueline Dornelas Chaves, companheira de Isabella e também réu no júri popular.
O advogado também declarou que Estefano e Bruno também não recorrerão após a sentença.
Crime
Leizer Buchwieser dos Santos era metalúrgico e desapareceu no dia 26 de agosto de 2019. O carro dele foi encontrado queimado em um canavial, já o corpo foi achado em uma mata na região rural da Babilônia, apenas no dia 1º de setembro, com as mãos e os pés amarrados.
As investigações policiais apontam que Santos era pedófilo e marcava programas sexuais pelas redes sociais, pedindo pelo envolvimento de crianças por um pagamento maior. Dessa forma, teria chegado a Jaqueline, que marcou um programa por R$ 500 e levou a sobrinha de três anos.
Jaqueline, então, teria informado sobre o encontro ao irmão, que é pai da menina. Além disso, Isabela e o outro irmão também foram convidados ao local, com a intenção de extorquir o metalúrgico.
O homem foi até a casa, no Jardim Tangará, e encontrou as duas mulheres, que pegaram o dinheiro e começaram a xingá-lo. No entanto, ele reagiu e, iniciando uma briga, quando foi esfaqueado.
O corpo do homem, já sem vida, foi abandonado em uma área e o carro em outra, logo após os criminosos utilizarem combustível para queimar o veículo.