Em carta, Associação Médica Brasileira critica falta de calendário consistente de vacinação

Novo boletim da Associação Médica Brasileira alertou ainda que os protocolos de prevenção à Covid-19 devem ser mantidos tendo em vista a gravidade do atual contexto epidemiológico

Escrito por Felipe Mesquita , felipe.mesquita@svm.com.br
vacina covid
Legenda: Entidade justifica que imunização contra a Covid-19 desacelera a curva de casos e mortes
Foto: Camila Lima

No dia em que o país registrou a morte de 3.251 pessoas por Covid-19, o maior volume de vidas perdidas em 24 horas desde o início da pandemia, a Associação Médica Brasileira (AMB) criticou a falta de um calendário consistente de vacinação e pediu o descarte de remédios sem eficácia científica contra a doença.

O boletim extraordinário da entidade foi divulgado nessa terça-feira (22), quando o Brasil atingiu a marca de  12.120.018 casos positivos e 298.843 óbitos causados pelo novo coronavírus. Desse total, conforme dados do IntegraSUS, 511.170 infectados e 13.048 são do Ceará, cuja taxa de letalidade está em 2,6%.

"O Brasil deve vacinar com celeridade todos os cidadãos. Vacinação em massa é a medida ideal para controlar a velocidade de propagação do vírus", alertou. Contudo, os 12.793.373 imunizados até ontem (23) representam apenas 6,04% da população total do país. 

Na ausência de imunizantes e com o aumento da circulação viral da Covid-19, a AMB sugere o cumprimento de protocolos sanitários para conter o crescimento da curva de casos e mortes, a exemplo do lockdown e de cuidados individuais.

"Todos, sem exceção, temos de seguir à risca o uso correto de máscara, distanciamento social, evitar aglomerações, manter o ambiente bem ventilado, higienizar frequentemente as mãos com água e sabão ou álcool gel a 70%", reforçou.

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Recuo

Ao contrário do posicionamento de julho de 2020, em que defendeu a "autonomia médica" no tratamento da Covid-19, a Associação voltou atrás e condenou a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada.

"Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida", frisa o novo texto.

Ao final do boletim, a AMB desejou "votos especiais" ao novo ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, orientando que sua gestão "ecoe e se guie exclusivamente pela voz da ciência" e que seja um compromisso "com a melhor Medicina, e acima, de tudo, com a saúde de todos os cidadãos".


 

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