Ecko tentou pegar a arma de uma policial e fugir mesmo após ser baleado e rendido

Depois da investida contra a agente, o criminoso levou o segundo tiro, revelou o subsecretário de inteligência Thiago Neves

Escrito por Redação ,
Ecko
Legenda: Ecko chegou a ser levado de helicóptero a uma unidade hospitalar, mas morreu antes de chegar ao local
Foto: reprodução

O chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, Wellington da Silva Braga, o “Ecko”, tentou pegar a arma de uma policial e fugir, mesmo após já ter sido baleado e rendido. Ele foi morto em uma operação da Polícia Civil neste sábado (12). O criminoso era um dos mais procurados no Brasil. As informações são do G1.  

Segundo o subsecretário de inteligência, Thiago Neves, Ecko atacou a agente quando estava em uma van da polícia a caminho do helicóptero que o levaria ao hospital.   

“Ecko foi alvejado com dois tiros. Quando ele tentou fugir pelos fundos [da casa], ele foi alvejado com um tiro. Durante o trajeto da van para o helicóptero, ele tentou tirar a arma de uma policial feminina, e foi efetuado o segundo disparo. É importante ressaltar que a ação foi rápida, o socorro foi bem rápido”, detalhou Neves.  

A aeronave levou o criminoso ferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, mas, antes de chegar à unidade, ele não resistiu aos dois tiros na região do peito e morreu. O corpo passará por uma perícia no hospital e seria levado para o Instituto Médico-Legal (IML).  

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, elogiou a operação policial.   

“Hoje é um dia importante. Demos um golpe duro nas facções criminosas do Estado. Parabéns, Polícia Civil, pela operação cirúrgica e sigilosa que capturou o Ecko, miliciano mais procurado do Brasil”, escreveu nas redes sociais.

Desprotegido  

A Polícia descobriu que, mesmo tendo a disposição cerca de 100 seguranças, Ecko foi visitar a esposa e os filhos sozinho neste sábado.   

O criminoso circulava pela cidade carioca escoltado por seguranças, frequentava casas em bairros nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros.   

Além de um fuzil, os agentes apreenderam com ele uma farda da Polícia Militar, onde estava escrito "Capitão Braga" como identificação. A Polícia investiga se Ecko vestia o uniforme quando entrou na comunidade.   

OPERAÇÃO POLICIAL 

A ação "Dia dos Namorados" começou no fim da tarde da última quinta-feira (10), após a Subsecretaria de Inteligência obter a informações de que Ecko visitaria a família neste sábado.   

Diante da informação, o delegado Rodrigo Oliveira convocou quatro agentes para a primeira reunião, ainda na quinta. Neste sábado apenas 21 atuaram na operação em Paciência.  

Conforme informações do G1, Ecko chegou à casa da companheira por volta das 4 horas da madrugada. Horas depois, a residência foi cercada pelos agentes da força-tarefa. Após perceber a ação da polícia, ele tentou fugir pelos fundos do imóvel, mas foi interceptado por outra equipe, o que deu início a uma troca de tiros.   

O criminoso foi baleado em um quarto. Ele foi socorrido pelos policiais e levado de helicóptero para a unidade de saúde, onde já chegou morto.  

QUEM É ECKO 

O miliciano nunca foi policial e tornou-se o homem mais procurado do Brasil após assumir e expandir os negócios ilegais do irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, mais conhecido como Carlinhos Três Pontes, morto em um confronto também com a Polícia Civil, em abril de 2017.  

No começo a organização atuava em bairros da Zona Oeste do Rio: Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência. O grupo, então chamado de Liga da Justiça, atingiu o ápice em 2007, com assassinatos e o controle econômico da região. 

Na época, os chefes da milícia eram os ex-policiais Ricardo Teixeira Cruz, chamado de Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gão.   

Com a prisão do trio em operação realizadas entre 2007 e 2008, o irmão de Ecko, Carlinhos Três Pontes, assumiu a liderança do grupo. O ex-traficante comandou a organização até ser morto em 2017.   

Então Ecko assumiu a herança do irmão e passou a comandar a Liga da Justiça. Atualmente o grupo se intitula como Bande do Ecko.   

Assim como o Carlinhos Três Pontes, Ecko seguiu atuando para estreitar os laços entre a milícia e o tráfico. Primeiro ele se aliou aos integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA), depois com os do Terceiro Comando Puro (TCP).    

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