Ecko era apaixonado por cavalos e usava animais para lavar dinheiro no Rio de Janeiro

A hipótese da Polícia é de que o miliciano associava a paixão pelos equinos e o crime

Escrito por Redação ,
Miliciano Ecko e cavalo
Legenda: Em uma das imagens obtidas pelo O Globo, o criminoso aparece ao lado da família e de um equino
Foto: reprodução

O criminoso Wellington da Silva Braga, conhecido como "Ecko", chefe da maior milícia do Rio de Janeiro e morto em uma operação da Polícia Civil no sábado (12), era apaixonado por cavalos e visitava frequentemente um rancho em Paciência, na Zona Norte da cidade. As informações são do O Globo.  

Em imagens obtidas pelo jornal, Ecko posa ao lado dos animais com a esposa e os filhos e, em outra, sozinho. Segundo informações da Polícia, o miliciano possuía alguns cavalos. A hipótese das autoridades de segurança é que ele usava os equinos para lavar dinheiro.

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No rancho frequentado por Ecko é possível alugar cavalos e carruagens, além de comprar os animais, óvulos e embriões para reprodução.  

Envolvimento de PMs  

As investigações da Polícia Civil apontam que polícias militares estavam envolvidos com a quadrilha de Ecko. Crimes como lavagem de dinheiro também estão ligados ao criminoso, conforme as informações das forças de segurança.

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Já foram identificados dois agentes da PM que faziam parte da rede de proteção do miliciano. Segundo a Polícia, Ecko dispunha de cerca de 100 seguranças.   

Ele circulava pela cidade carioca escoltado, frequentava casas em bairros nobres e dialogava com policiais, traficantes e pistoleiros. 

Fuzil e farda da PM apreendidos com Ecko
Legenda: Fuzil e farda da PM apreendidos com Ecko
Foto: reprodução

Além de um fuzil, os agentes apreenderam com ele uma farda da Polícia Militar, onde estava escrito "Capitão Braga" como identificação. A Polícia investiga se Ecko vestia o uniforme quando entrou na comunidade.     

OPERAÇÃO POLICIAL 

A ação "Dia dos Namorados" começou no fim da tarde da última quinta-feira (10), após a Subsecretaria de Inteligência obter a informações de que Ecko visitaria a família no sábado.   

Diante da informação, o delegado Rodrigo Oliveira convocou quatro agentes para a primeira reunião, ainda na quinta. Neste sábado apenas 21 atuaram na operação em Paciência.  

Ao longo de seis meses de investigação, a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPim) concluiu que este seria o dia ideal para capturar Ecko, que é réu em nove processos criminais por organização criminosa, homicídio, extorsão e receptação.

Conforme informações do G1, Ecko chegou à casa da companheira por volta das 4 horas da madrugada. Horas depois, a residência foi cercada pelos agentes da força-tarefa. Após perceber a ação da polícia, ele tentou fugir pelos fundos do imóvel, mas foi interceptado por outra equipe, o que deu início a uma troca de tiros.   

O criminoso foi baleado em um quarto. Ele foi socorrido pelos policiais e levado de helicóptero para a unidade de saúde, onde já chegou morto. Com ele, os agentes encontraram um fuzil.   

QUEM É ECKO 

O miliciano nunca foi policial e tornou-se o homem mais procurado do Brasil após assumir e expandir os negócios ilegais do irmão, Carlos Alexandre da Silva Braga, mais conhecido como Carlinhos Três Pontes, morto em um confronto também com a Polícia Civil, em abril de 2017.  

No começo a organização atuava em bairros da Zona Oeste do Rio: Campo Grande, Santa Cruz, Cosmos, Inhoaíba e Paciência. O grupo, então chamado de Liga da Justiça, atingiu o ápice em 2007, com assassinatos e o controle econômico da região. 

Na época, os chefes da milícia eram os ex-policiais Ricardo Teixeira Cruz, chamado de Batman; Toni Ângelo Souza Aguiar, o Toni Angelo; e Marcos José de Lima, o Gão.   

Com a prisão do trio em operação realizadas entre 2007 e 2008, o irmão de Ecko, Carlinhos Três Pontes, assumiu a liderança do grupo. O ex-traficante comandou a organização até ser morto em 2017.   

Então Ecko assumiu a herança do irmão e passou a comandar a Liga da Justiça. Atualmente o grupo se intitula como Bande do Ecko.  

Assim como o Carlinhos Três Pontes, Ecko seguiu atuando para estreitar os laços entre a milícia e o tráfico. Primeiro ele se aliou aos integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA), depois com os do Terceiro Comando Puro (TCP). 

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