Caso Miguel: madrasta de menino morto no Rio Grande do Sul é transferida para instituto psiquiátrico

O motivo do encaminhamento é que ela teria tentado suicídio, segundo a Polícia

Escrito por Redação ,
Buscas por Miguel dos Santos Rodrigues
Legenda: Buscas pelo corpo do menino acontecem no rio Tramandaí, Litoral Norte do Rio Grande do Sul
Foto: IGP-RS/Divulgação

Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, madrasta do menino Miguel dos Santos Rodrigues, morto pela própria mãe no Rio Grande do Sul (RS), foi transferida para o Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre, nesta quarta-feira (4), após tentativa de suicídio. As informações são do site Gaúcha ZH.

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O instituto recebe criminosos com doenças mentais que cumprem medida de segurança. Bruna é companheira de Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, mãe de Miguel, e ambas estavam presas na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, desde a terça-feira (3).

O estado de saúde de Bruna não foi informado, mas ela deve passar por uma avaliação no local. Uma análise psiquiátrica já havia sido feito em Bruna a pedido da Polícia após a suspeita de que ela sofresse de problemas mentais. O médico concluiu que ela possui leve grau de autismo. 

Homicídio

Yasmim foi presa em flagrante por homicídio e confessou ter espancado e jogado Miguel na água do Rio Tramandaí, no Litoral do RS. Ela contou ter dopado a criança com um antidepressivo e o colocado em uma mala, na madrugada de 29 de agosto.

Em seguida, teria saído com a companheira da casa onde moravam, na área central de Imbé, e arremessado o corpo no rio. Na noite daquele dia, a mulher foi até a delegacia para reportar o desparecimento do filho.

Buscas pelo corpo

Desde o último dia 29, bombeiros fazem buscas no Rio Tramandaí, após a confissão do crime pela mãe, mas até esta quinta-feira (5) o corpo de Miguel não havia sido encontrado.

Equipe de mergulhadores de Porto Alegre foram acionadas e, durante o último fim de semana, auxiliaram nas buscas. Alertas foram disparados para que embarcações ficassem atentas.

Tortura

De acordo com o delegado Antonio Carlos Ractz, que investiga o caso, Miguel sofria constante tortura física e psicológica. Ele acredita que o menino era mantido dentro de um guarda-roupa.

Um vídeo divulgado pela Polícia Civil mostra o menino dentro do cômodo em conversa com a companheira da mãe.

"Eu vou te cuidar. Se a tua mãe chegar e tu te mijar, eu te desmonto a pau. Eu te desmonto, eu te desmonto, eu te desmonto, e tu vai sair todo quebrado. Se tu se mijar, eu pego o teu mijo e esfrego na tua cara", diz Bruna. 

Ela perguntava a Miguel porque ele "dava com a cara no armário" e se "jogava" quando a mãe, Yasmin, estava presente. O pequeno, que tinha sete anos, respondeu acreditar que a mãe o ajudaria. 

"É porque com ela eu acho que daí ela me ajuda. Com ela eu tento me aparecer de todos os jeitos pra ela dizer: 'não, vou deixar ele solto, porque olha, ele não consegue segurar o xixi e ele preso ele não consegue ir no banheiro sozinho, ele precisa avisar e ele não tá avisando, então eu vou deixar ele solto", responde a criança.

O delegado afirma que a criança vivia sob "intensa tortura". "Era desnutrida, embora tivesse matriculada na escola, não tinha amigos, não frequentava lugar algum, era trancada em um cômodo da casa, posta de castigo, amarrada dentro de um roupeiro", comenta Ractz.

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