Saiba do que se trata o 'Kit Gay', atribuído por Bolsonaro ao PT

Nesta segunda-feira (15), uma decisão do ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu a divulgação de vídeos em que Bolsonaro acusa Haddad de distribuir o livro.

O "kit gay", atribuído pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) como sendo um livro de educação sexual voltado para crianças na época em que Fernando Haddad (PT) era ministro da educação, na verdade se trata de um material de combate à homofobia,direcionado a educadores e que nunca chegou a ser distribuído pelo Governo Federal. 

O assunto ganhou repercussão nas redes sociais depois de Bolsonaro divulgar videos alegando que o livro 'Aparelho Sexual e Cia' integra o material do Ministério da Educação (MEC). O kit verdadeiro, no entanto, faz parte do projeto 'Escola sem Homofobia', com um guia e demais ferramentas educacionais que enfatizam a formação de professores no trato de questões de gênero e sexualidade.

Com 123 páginas, a proposta do caderno era a de promover "um convite a gestoras/es, professoras/es e demais profissionais da educação para um debate, oferecendo instrumentos pedagógicos para refletir, compreender, confrontar e abolir a homofobia no ambiente escolar", diz o material. 

Entre os tópicos abordados, a publicação fala das desigualdades de gênero, a luta pela cidadania LGBT, preconceitos e esteriótipos no ambiente escolar, assim como um plano de ação para uma escola sem homofobia. A produção do material, no entanto, foi suspensa em 2011 pela presidente Dilma Roussef, após pressão de setores conservadores da sociedade e do próprio Congresso Nacional, nunca chegando às instituições do país.

Nesta segunda-feira (15), uma decisão do ministro Carlos Horbach, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu a divulgação de vídeos em que o candidato Jair Bolsonaro acusa o adversário, Fernando Haddad, de distribuir o livro. Na decisão, o ministro destaca que a relação entre o livro 'Aparelho Sexual e Cia' e o projeto 'Escola sem Homofobia' não foi corroborado pelas informações oficiais, determinando sua remoção.

Ainda em 2016 - quando os videos começaram a circular - o Ministério da Educação esclareceu não ter produzido, adquirido ou distribuído o livro, que na verdade se trata de uma publicação da editora Cia das Letras, vendido para o mundo todo em 10 idiomas. 
 

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