Um pesquisador do Datafolha relatou ter sido agredido com socos e pontapés, na tarde da última terça-feira (20) em Ariranha, no norte de São Paulo. O profissional de 32 anos foi vítima de violência física e verbal por homem que se aproximou enquanto ele entrevistava um morador da Cidade. Aos gritos, o agressor exigiu que também fosse ouvido. "Só pega Lula" e "vagabundo" teriam sido expressões ditas durante o ataque. As informações são da Folha de S. Paulo.
A vítima foi atingida pelas costas, e o tablet usado na sondagem caiu no chão. O profissional chegou a reagir, na tentativa de autodefesa, momento em que também passou a ser atacado pelo filho do agressor. Vizinhos afastaram o homem, que entrou em casa e voltou com uma faca do tipo peixeira. Em seguida, ele foi contido pelo filho.
O profissional teve ferimentos na boca e foi atendido com dores no corpo em um hospital. Ele passou por exame no Instituto Médico Legal (IML) e já recebeu alta médica. Ele afirmou que buscará a punição dos responsáveis pelas agressões e ameaças durante a execução das atividades.
A Delegacia da Polícia Civil de Ariranha identificou Rafael Bianchini e o filho como os autores da agressão. Nas redes sociais, o homem compartilha imagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Conforme o Estadão, o delegado Gilberto Cesar já ouviu as partes, mas devido à conotação política, a linha de investigação é mantida em sigilo.
O que diz o Datafolha
O Datafolha informou que tem sido comuns os relatos de pessoas gritando, acusando o instituto de ser comunista ou tentando filmar os entrevistadores para intimidá-los. Somente no último dia 13 de setembro, o Datafolha registrou 10 intercorrências em municípios de diferentes regiões do País, num universo de 470 pesquisadores.
Em divulgação, o Datafolha disse ser um instituto independente de pesquisa de opinião que pertence ao Grupo Folha e atua com pesquisa eleitoral e levantamentos estatísticos para o mercado. O instituto não faz pesquisas eleitorais para governos ou políticos.
A metodologia do Datafolha prevê pontos específicos para a realização das entrevistas. No caso de mudança para outro ponto entre os mapeados, é preciso uma autorização da equipe de planejamento. O instituto diz que, nos levantamentos nacionais ou estaduais, primeiro são sorteados os municípios que farão parte da pesquisa; depois, os bairros e pontos onde serão aplicadas as entrevistas.
Os pesquisadores do instituto recebem um treinamento padronizado. Pessoas que pedem para serem entrevistadas, por exemplo, devem ser obrigatoriamente evitadas, para que a amostra seja aleatória.