“Pátria amada não pode ser armada”, afirma arcebispo de Aparecida em sermão

Dom Orlando aproveitou o Dia de Nossa Senhora Aparecida para abordar com os católicos pautas como cultura armamentista, fake news, fome e Covid-19

Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, em São Paulo, aproveitou o feriado deste 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, para fazer um apelo ao não armamento da população no País. “Pátria amada não pode ser pátria armada”, afirmou o pároco durante o sermão da missa das 9 horas, no santuário da Arquidiocese. 

Para Dom Orlando, para ser pátria amada, é preciso ser “pátria sem ódio”. “Para ser pátria amada, uma república sem mentira e fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos os irmãos construindo a grande família brasileira”, disse. 

O religioso também lamentou pelas mais de 600 mil mortes por Covid-19 no País e defendeu a vacinação e a ciência. “Mãe Aparecida, muito obrigado porque, na pandemia, a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina, sim, ciência, sim, e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro”, celebrou. 

Além disso, o aumento da pobreza e da fome nos últimos anos também pautou o sermão. “Quero pedir que cada um de nós abrace o Brasil. Abrace o nosso povo”, pediu o arcebispo. 

Bolsonaro 

Após as críticas indiretas de Dom Orlando ao Governo Federal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compareceu ao santuário de Aparecida. Segundo o G1, o presidente estava de máscara e só retirou o item para fazer uma leitura diante da igreja.   

Ainda conforme o G1, a imprensa questionou ao arcebispo se o sermão era um recado para Bolsonaro. Ao que ele respondeu ser uma mensagem para todos os brasileiros. “Respeitamos as autoridades mesmo discordando e falamos com a doutrina da igreja. Nós estamos quebrando a aliança com o ódio e a corrupção e para confirmarmos a nossa República e a democracia”, comentou o religioso.