Um motoboy foi agredido por um policial militar (PM) em frente a um condomínio residencial no bairro Parque das Laranjeiras, em Manaus, no Amazonas, no último domingo (25). Além da agressão, flagrada em vídeo, o agente de segurança rasgou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do trabalhador.
Segundo um áudio enviado pelo motociclista a um grupo de amigos, ele e os PMs se envolveram em uma discussão após os agentes o "fecharem" no trânsito. As informações são do G1.
"Eles entraram para a esquerda e não deram pisca [alerta]. Aí eu buzinei, e disse: 'Dá o pisca, meu patrão', só isso. Daí eu segui normal, e lá na frente eles me encostaram, daí eu parei, e subi a calçada, e eles começaram a me agredir", contou o entregador de comida.
Policial agride e rasga documento do motoboy; assista:
No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver um dos policiais discutindo com o motoboy e pedindo, aos gritos e palavrões, os documentos dele. Ao lado, outro agente segura uma arma. Assim que o motociclista entrega a CNH, o policial rasga.
Processo administrativo
Ao G1, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) informou que foi determinada a instauração de um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. A corporação disse que "não compactua com eventuais desvios de conduta praticados por seus policiais".
O restaurante onde o motoboy trabalha publicou uma nota repudiando a "agressão física e psicológica por dois policiais militares". "A Porteira Picanharia vem através dessa nota repudiar qualquer tipo de agressão. Um motoboy que estava prestando serviço na Porteira sofreu agressão física e psicológica por dois policiais militares".
O estabelecimento diz ainda que esperar que "responsáveis tomem as devidas providências e que esse caso não fique impune".
Suposta juíza defende motoboy
Após a ação, uma mulher que se apresentou como juíza foi falar com os PMs e afirmou que presenciou agressão e o momento que o agente rasgou a habilitação do motoboy. Um deles afirma que o homem fugiu.
"Fugiu? Então prenda meu senhor, prenda, faça a sua parte", retruca a suposta juíza, condenando a atitude do agente de segurança. "Ninguém sabe se ele tinha uma faca, se ele tinha uma arma. Doutora, é isso", responde o PM.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) pontuou ainda que a "Corregedoria-Geral da SSP-AM vai acompanhar o processo disciplinar a ser instaurado pela PMAM".
"A SSP-AM também reforça que não compactua com quaisquer desvios de conduta de agentes da Segurança Pública estadual, tendo o dever legal de apurar o fato", diz a corporação.