Acusada de torturar o marido, a médica Myriam Priscila de Rezende Castro afirmou que irá esclarecer as denúncias e negou que tenha cometido crimes de maus-tratos aos filhos, à mãe idosa e aos animais que mantinha em sua casa, em Tremembé (SP). As informações são do portal G1.
Na última quarta-feira (2), agentes da Polícia Civil cumpriram mandado de busca e apreensão na casa da suspeita e encontraram o marido e os dois filhos da médica com ferimentos.
Na residência havia marcas de sangue no chão, que o homem, estudante de medicina veterinária, afirmou serem dele, resultado de uma agressão sofrida na noite da terça-feira (1º).
Em nota enviada pela defesa da médica após a abertura do inquérito da Polícia Civil contra ela, foi informado que os envolvidos estavam bem. A nota negou as acusações de maus-tratos e afirmou que a médica passa por tratamento psiquiátrico.
"Informo que por contato telefônico com Priscila e Lucas declararam que estão bem e que vão esclarecer todos os fatos apontados no boletim de ocorrência. (...) Declaram ainda que não há nem nunca houve qualquer maus-tratos a idosos, crianças ou animais em sua residência. O envolvido Lucas declara estar bem ao lado da esposa", diz a nota.
Tortura
A Polícia Civil abriu um inquérito para apurar denúncias de que o homem era alvo de agressões por parte da esposa. Nas redes sociais, a mulher chegava a compartilhar a rotina de humilhações e violência a que submetia o companheiro, que, geralmente, aparentava estar sob efeito de medicamentos.
O marido da médica afirmou aos policiais que ele e as crianças eram agredidas pela médica. Ele justificou continuar na relação devido à dependência financeira e confirmou ser ele nas imagens expostas por Myriam nas redes sociais.
A médica deve responder pelos crimes de lesão corporal, tortura, maus-tratos a animais, além de supostamente matar espécies da fauna nativa. Ela ainda pode ser indiciada por ferir o estatuto do idoso.
HISTÓRICO VIOLENTO
Myriam Priscila foi condenada, em 2013, por mandar mutilar o ex-noivo em Juiz de Fora (MG). Ela contratou um grupo de homens para decepar o pênis da vítima, em 2002, após ele desistir do relacionamento poucos dias antes do casamento.
Ela foi presa no interior de São Paulo e, durante o cumprimento da pena, engravidou de gêmeos e conseguiu o direito a regime domiciliar. A médica cumpriu a pena integralmente.
Além desse crime, ela atualmente responde por uma tentativa de homicídio contra outra mulher em Barbacena (MG). O caso está em fase de alegações finais do processo.