Vídeo indica suposta existência de morcegos vivos em laboratório de Wuhan

As imagens podem reforçar a teoria de que o novo coronavírus escapou acidentalmente de um laboratório na China

Escrito por Redação ,
Morcegos vivos no Instituto de Virologia de Wuhan, China
Legenda: Os chineses e os parceiros científicos do Ocidente sempre negaram a existência dos animais vivos no laboratório de segurança máxima
Foto: reprodução/TV Globo

A teoria de que o novo coronavírus teria escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, ganhou um novo capítulo. Foram divulgadas imagens mostrando morcegos vivos no que seria o interior do laboratório. As informações são do Fantástico.   

Os chineses e os parceiros científicos do Ocidente sempre negaram a existência dos animais vivos no laboratório de segurança máxima. Se confirmada, a novidade pode reforçar a possibilidade de que o vírus da Covid-19 não tenha vindo de um animal na natureza, mas sim vazado de um laboratório chinês.  

Sede do Instituto de Virologia de Wuhan na China
Legenda: Sede do Instituto de Virologia de Wuhan, na China
Foto: AFP
 

A gravação foi encontrada por um grupo virtual chamado "Drastic", onde detetives amadores da internet investigam as origens do Sars-CoV-2. O vídeo estava em um site chinês e mostra a inauguração do Instituto e, em meio às imagens de comemoração, é possível os morcegos vivos supostamente no interior do laboratório.  

O integrante do grupo de investigadores, o engenheiro Gilles, francês que mora na Nova Zelândia, explica que encontrar esse tipo de informação é difícil.   

"Não é fácil encontrar um vídeo desses, porque o título nem sempre traz as palavras-chave para facilitar a busca. Tem de vasculhar muito, até tropeçar naquilo que interessa”, disse ao Fantástico.   

Em outra descoberta, o grupo "Drastic" encontrou, em 2020, um artigo científico em que pesquisadores de Wuhan revelavam ter encontrado, sem explicar direito como, um novo vírus. Os investigadores amadores também apuraram que este vírus já apareceu, com outro nome, em outro artigo chinês, e que o vírus foi colhido pelos pesquisadores em uma caverna infestada de morcegos, em 2012.  

Para a pesquisadora do Centro Internacional de Pesquisa em Infectologia, Branka Horvat, a possibilidade de o Sars-CoV-2 ter escapado por acidente do laboratório de Wuhan "não faz sentido".   

"Não é preciso de nível quatro [segurança máxima] para trabalhar com coronavírus, nível três basta. E o laboratório mais poderoso que existe é a natureza. É dela que os vírus surgem há bilhões de anos", defendeu a cientista.

O instituto francês foi responsável pelo treinamento dos cientistas chineses que atuam no laboratório de Wuhan.   

Investigação da OMS  

Em março, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu uma nova investigação sobre a hipótese de fuga do vírus da Covid-19 de um laboratório na China e criticou a falta de acesso dos especialistas aos dados.  

Apesar de os cientistas que investigaram a origem do vírus na China em janeiro e fevereiro estimarem que essa possibilidade seja a menos provável, Tedros Adhanom insistiu no pedido.   

"Isso requer mais pesquisas, provavelmente com novas missões com especialistas especializados, que estou disposto a implantar", enfatizou na época.  

Cientista com Covid-19 

Em maio, a China negou que três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan adoeceram, em novembro de 2019, com uma doença que exigia atendimento hospitalar.  

Alegando de basear em um relatório da inteligência dos Estados Unidos, o jornal norte-americano Wall Street Journal afirmou que três pesquisadores do laboratório foram infectados, antes de o vírus se espalhar pelo mundo, e manifestado "sintomas compatíveis tanto com os da Covid-19 quanto com uma infecção sazonal".    

Conforme a publicação, um informativo do Departamento de Estado divulgado pela administração do ex-presidente Trump, em janeiro, afirma que os pesquisadores adoeceram no outono de 2019, mas não chegaram a informar que foram hospitalizados.    

A China relatou à OMS, em 31 de dezembro de 2019, a existência de um foco de casos de pneumonia em Wuhan.   

Desde o início da pandemia, o governo chinês luta contra a teoria de que a Covid-19 poderia ter vazado de um de seus laboratórios.    

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