Verão europeu começa com reabertura de ilhas da Grécia e Espanha

Indústria turística do velho continente volta à ativa, após meses de quarentena, enquanto países com economias dependentes do dinheiro dos visitantes aceleram a retomada de voos, de olho nos lucros da temporada de calor

Escrito por Redação ,
Legenda: Santorini, famosa ilha grega, voltará a receber voos internacionais dia 1º de julho
Foto: AFP

Mesmo sem o decreto do fim da pandemia do novo coronavírus, a temporada do verão europeu começa hoje (15)  com a reabertura de destinos badalados do turismo internacional, como as ilhas gregas e praias espanholas. A retomada de voos no velho continente também se acelera com a reabertura de fronteiras entre diversos países. O movimento de circulação de viajantes estrangeiros ainda é lento, gradual e repleto de cautelas, a fim de evitar casos importados da doença e uma nova onda de contágios que obrigue a volta de medidas de isolamento social.

Com a indústria turística castigada pelo sumiço de viajantes nos últimos meses, devido à quarentena, a retomada de voos anunciada por alguns países é um alento para uma recuperação do setor.

O governo da Espanha, por exemplo, adiantará para o próximo dia 21 a data para a reabertura de suas fronteiras com os países da União Europeia. Exceção: a reabertura da fronteira terrestre com Portugal deverá esperar até 1º de julho e será feita em conjunto com as autoridades dos dois países. A partir de hoje, as Ilhas Baleares da Espanha testam uma estratégia de reabertura, recebendo os primeiros voos da Alemanha de turistas que serão isentos de quarentena. As ilhas planejam receber até 10.900 alemães durante o período de duas semanas.

Grécia

Apesar da pandemia, a Grécia, dependente do turismo, confirmou a temporada de verão a partir de hoje em suas ilhas e lançou a campanha "o verão grego é mais do que o mar e o sol, é um estado de espírito". Os aeroportos de Atenas e Thessaloniki vão receber voos de 30 países. O aeroporto regional de Santorini será inaugurado em 1º de julho.

O passageiro que for positivo para o Covid-19 terá que passar por um confinamento de 14 dias em um hotel administrado pelo Estado grego.

"A Grécia está pronta para receber turistas neste verão com toda segurança", disse o premiê grego Kyriakos Mitsotakis, durante uma viagem à ilha de Santorini, um dos destinos mais famosos do País, que foi pouco afetado pelo coronavírus, com 183 mortes.

Não haverá restrições dentro do país para visitar os sítios arqueológicos do Peloponeso, ou os mosteiros de Meteora. Os turistas terão acesso a todos os sítios arqueológicos, de Delphi a Olympia, passando pela Acrópole, bem como a todos os museus, mas com um sistema de filtros de entrada. A única desvantagem para os viajantes glutões é que os buffets serão removidos nos hotéis.

Escandinávia

No norte da Europa, a Suécia tenta reativar o turismo com criatividade, investindo em novas atrações. Com 4.853 mortes acumuladas pela Covid-19, o reino nórdico é um dos poucos países europeus que não impôs o confinamento, embora as reuniões de mais de 50 pessoas tenham sido proibidas desde o fim de março.

Para relançar sua atividade afetada pela pandemia, um guia turístico sueco oferece uma visita com a história das epidemias que atingiram a capital Estocolmo.

Sob o sol de verão, Mike Anderson lidera um pequeno grupo de apaixonados da história pelas ruas de Gamla Stan, o coração histórico de Estocolmo. As paradas seguem uma após a outra para detalhar as marcas das epidemias na capital sueca.

"É bastante interessante quando vemos o que está acontecendo hoje, relacionamos com a história e vemos que as pessoas já passaram por isso", explica o guia. Por pouco mais de uma hora, todos ouviram religiosamente Anderson, enquanto visitavam os lugares emblemáticos das grandes epidemias, como a da peste bubônica, que devastou o país em 1350.

Eles então visitaram um cemitério na cidade para ouvir sobre a epidemia de peste que devastou a Suécia e a região do Báltico na década de 1710 e a epidemia de cólera em meados do século XIX.

Quando o número de reservas para seus passeios habituais começou a diminuir, Anderson teve a ideia para esses "passeios da peste". Eles são, de certa forma, "uma espécie de instinto de sobrevivência".

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