Rússia está pronta para atacar Ucrânia 'a qualquer momento', alertam EUA
Autoridades defendem a "via diplomática" para evitar uma crise militar entre os países, mas Rússia exigiu repostas concretas "o quanto antes"
Os Estados Unidos enfatizaram que a Rússia está pronta para atacar a Ucrânia "a qualquer momento". O país disse que o Ocidente "não descarta nenhuma opção" e alertou para uma "situação extremamente perigosa". As declarações foram dadas nessa terça-feira (18) pela secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.
"Agora estamos em um estágio em que a Rússia pode a qualquer momento lançar um ataque contra a Ucrânia", afirmou. "Eu diria que isso é mais severo do que temos sido".
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Os alertas de Psaki surgem dias antes de um encontro entre os chefes da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, e da Rússia, Sergey Lavrov, que se reunirão em Genebra na próxima sexta-feira (21).
Blinken partiu nessa terça-feira para Kiev, onde fará uma visita na quarta-feira (19), em um contexto de alta tensão, depois que a Rússia enviou dezenas de milhares de tropas para a fronteira com a Ucrânia.
Em seguida, o secretário de Estado viajará para Berlim, onde se reunirá com representantes do Reino Unido, França e Alemanha para discutir a situação, antes de seu encontro com Lavrov.
Reivindicação russa
A Rússia exigiu nesta terça-feira respostas "concretas" antes de continuar a discutir sobre a Ucrânia, enquanto os países ocidentais tentam trazer Moscou para a mesa de negociações para evitar um conflito militar.
Na semana passada também houve negociações em Genebra, Bruxelas e Viena, que não fizeram mais do que confirmar a brecha que separa a Rússia dos países ocidentais.
Moscou "agora espera respostas a essas propostas - como nos prometeram - para continuar as negociações", declarou nessa terça-feira Lavrov em entrevista coletiva conjunta com sua homóloga alemã, Annalena Baerbock.
Uma das principais exigências é que a Otan ofereça garantias de que não vai incorporar novas nações do Oriente.
Pouco depois o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, anunciou que convidou a Rússia e os sócios da Aliança para uma nova rodada de negociações.
Durante uma conversa telefônica com Lavrov, Blinken defendeu a "via diplomática" para solucionar a crise, segundo Washington.
Lavrov, entretanto, insistiu em que o país espera respostas "concretas" e que elas cheguem "o quanto antes", explicou Moscou.
"Ameaça"
A Rússia nega ter qualquer pretensão bélica e se declara ameaçada pelo reforço da Otan na região. Durante conversa com Blinken, Lavrov pediu a ele que "não propague especulações sobre uma suposta 'agressão russa' iminente", segundo o ministério russo das Relações Exteriores.
No entanto, na entrevista coletiva junto à ministra alemã das Relações Exteriores, Lavrov voltou a rejeitar o apelo dos ocidentais, que pedem a Moscou o início da retirarada das dezenas de milhares de tropas mobilizadas na fronteira com a Ucrânia, afirmando que esses militares "não ameaçam" ninguém.
"Mais de 100.000 soldados russos, equipamentos e tanques foram mobilizados perto da Ucrânia, sem razão. Fica difícil não ver isso como uma ameaça", respondeu, porém, Baerbock.
Aumentando as tensões, Moscou começou a mobilizar um número indeterminado de soldados em Belarus para exercícios "improvisados" de preparação ao combate nas fronteiras da União Europeia (UE) e da Ucrânia.