Paquistão vai cortar salário e sinal de celular de quem recusar vacina da Covid-19

O intuito dos governos paquistaneses é combater o ceticismo em relação aos imunizantes que combatem o novo coronavírus

Escrito por Redação ,
Vacinação contra a Covid-19 no Paquistão
Legenda: Desde o início da campanha de vacinação, em fevereiro, o país imunizou somente 2% da população
Foto: AFP

O Paquistão decidiu tomar uma série de medidas drásticas contra cidadãos que se recusam a receber a vacina contra a Covid-19. Entre as ações, as autoridades preveem o bloqueio do serviço de telefonia móvel e a suspensão de salários dos funcionários do governo não imunizados. Não há informações sobre quando as normas entrarão em vigor ou como serão executadas. 

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O intuito dos governos paquistaneses é combater o ceticismo tanto sobre as vacinas contra o novo coronavírus, quanto sobre a campanha de imunização de forma ampla. As informações são do jornal O Globo.  

As autoridades locais das províncias de Punjab e Sindh anunciaram planos para bloquear o serviço de telefonia celular dos residentes que recusarem se imunizar contra a Covid-19. 

Enquanto isso, o governo de Sindh instruiu o ministério das finanças que, a partir de julho, deve parar de pagar os funcionários públicos que não foram vacinados.

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Desde que as medidas foram anunciadas, relatos de certificados de vacinação falsos dispararam no Paquistão. Nesta semana, a polícia da cidade portuária de Karachi prendeu uma pessoa envolvida na venda de tipo de documento falsificado. Cada um custa cerca de US$ 12, mais de R$ 60.  

Desconfiança contra vacinas 

O país tenta combater a desinformação sobre vacinas há muito tempo, especialmente em relação ao imunizante contra a poliomielite — também chamada de paralisia infantil. Conforme o periódico, os pais geralmente recusam a imunização dos filhos contra a doença, acreditando falsamente que o fármaco é prejudicial e faz parte de uma trama norte-americana para esterilizar as crianças.

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A desconfiança contra imunizantes só aumentou com a chegada das vacinas anti-Covid. Os paquistaneses acreditam em teorias da conspiração sobre os efeitos colaterais dos imunobiológicos que combatem o coronavírus.   

"Ouvi dizer que as pessoas, depois de receberem a vacina do coronavírus, morrerão em dois anos. [...] É a razão pela qual em nossa grande família de pelo menos 25 pessoas, ninguém está disposto a se vacinar", disse o motorista de caminhão em Karachi, Ehsan Ahmed, ao The New York Times.   

Campanha de imunização 

A meta do Paquistão é vacinar entre 45 milhões e 65 milhões de pessoas até o fim deste ano e, recentemente, anunciou planos para gastar US$ 1,1 bilhão na aquisição de doses dos imunizantes, o equivalente a mais de R$ 5 bilhões.  

Desde o início da campanha de vacinação, em 3 de fevereiro, até terça-feira (15), o país vacinou somente 3 milhões de pessoas, cerca de 2% da sua população, segundo informações do governo paquistanês.   

“O governo está fazendo o possível para facilitar as pessoas na obtenção da vacina”, disse o ministro da Informação em Sindh, Syed Nasir Hussain Shah, ao The New York Times. O gestor ainda classificou a decisão de não fazer uma tentativa de "inaceitável". 

Ao todo, 22 mil cidadãos já foram vítimas da Covid-19 no país e quase um milhão de casos da doença foram confirmados desde o início da pandemia do novo coronavírus.  

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