Países realizam eleições e adotam medidas sanitárias na pandemia

Polônia, Islândia e França realizaram eleições, no último fim de semana. Com a Covid-19, porém, o pleito francês, por exemplo, registrou recorde de abstenção, mesmo com ações preventivas nos locais de votação

Escrito por Redação ,

Alguns países realizaram eleições, neste fim de semana, e outros estão se preparando para isto, em meio à pandemia do novo coronavírus. Para além das questões políticas, as nações têm o desafio de garantir segurança sanitária à população nos pleitos eleitorais.

As eleições municipais francesas foram realizadas, no último domingo (28), inclusive em Paris, uma das cidades mais visitadas do mundo. A franco-espanhola Anne Hidalgo, de 61 anos, conquistou o segundo mandato à frente da prefeitura de Paris, com mais de 50% dos votos.

A socialista, aliada dos ecologistas, derrotou a ex-ministra da Justiça do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, a conservadora Rachida Dati, representante dos Republicanos (LR), e Agnès Buzyn, candidata do partido do presidente, Emmanuel Macron, do República em Marcha.

O programa de Anne Hidalgo é centrado na ecologia, buscando reduzir o lugar dos carros na cidade, onde os engarrafamentos são a regra, e potencializar os deslocamentos em bicicleta ou a pé. Essa vertente baseada na causa ambiental, a 'onda verde', está avançando no tabuleiro político francês.

“Elegeram uma Paris que respira, uma Paris mais agradável para se viver, uma cidade mais solidária que não deixa ninguém à margem (...) Esta vitória faz sentido porque é coletiva”, disse Hidalgo, após sua vitória.

Pandemia

As eleições municipais francesas aconteceram em meio à pandemia da Covid-19, que só na França matou quase 30.000 pessoas, e foram marcadas por uma abstenção histórica. Apesar da adoção de medidas sanitárias máximas, como o uso obrigatório de máscaras ou a disponibilização de álcool em gel nas seções, apenas quatro em cada dez eleitores convocados às urnas de fato votaram.

Sem implantação local, o partido do presidente francês, o República em Marcha (LREM), criado alguns meses antes das presidenciais de 2017, perdeu em quase todas as grandes cidades francesas.

O primeiro-ministro, Edouard Philippe, cuja popularidade disparou por sua gestão da pandemia, salvou, em parte, a honra do governo, ao obter a prefeitura da cidade portuária de Le Havre (oeste), seu reduto eleitoral.

Para tentar reverter a situação, Emmanuel Macron tem previsto discursar à nação, nesta segunda-feira (29), para responder às propostas feitas pela Convenção Cidadã sobre o Clima, uma assembleia de 150 cidadãos eleitos por sorteio para imaginar políticas contra as mudanças climáticas.

Os poloneses também foram às urnas, ontem, para o primeiro turno da eleição presidencial, que estava marcada para maio e foi adiada para este mês de junho, por causa da pandemia.

Como resultado, o presidente conservador da Polônia Andrzej Duda, e o prefeito de Varsóvia, o liberal Rafal Trzaskowski, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais, no próximo dia 12 de julho. Duda teve mais de 40%, enquanto Rafal teve pouco mais de 30%.

Um novo sistema de votação híbrido - por correio e convencional - foi planejado para para reduzir o risco de infecções do novo coronavírus.

O país registra mais de 33.000 casos de contágio e mais de 1.400 mortes. O Ministério da Saúde do país já reconheceu, porém, que pode haver até 1,6 milhão de casos não detectados no país que tem 38 milhões de habitantes.

O presidente islandês, Gudni Johannesson, foi reeleito com uma vitória esmagadora na eleição realizada, neste fim de semana, com mais de 92% dos votos. Também tomou posse ontem como presidente do Malauí, o líder da oposição, Lazarus Chakwera, eleito no último sábado (27).

EUA

Enquanto isso na corrida presidencial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump compartilhou, ontem, um vídeo de um confronto entre manifestantes opositores e apoiadores do seu governo em que um homem elogia o "poder branco". Trump apago a publicação do vídeo, depois de protestos contrários.

Trump tem sido acusado de aumentar a tensão racial, inclusive em meio aos protestos em todo o país gerados pela morte de George Floyd, após ser asfixiado por um policial branco, há um mês.