Jornalista e médico da Bielorrússia são presos após denúncias contra governo nacional

O governo do presidente Alexander Lukashenko reprime desde o ano passado um movimento de protestos surgido após a polêmica reeleição em agosto

Escrito por AFP ,
PRESOS
Legenda: Katerina Borisevich, 36 anos, jornalista do portal independente Tut.by, e Artiom Sorokin, médico de 37 anos, foram declarados culpados por "revelar um segredo médico com circunstâncias agravantes" após um julgamento a portas fechadas
Foto: Ramil Nasibulin / BELTA / AFP

Uma jornalista bielorrussa e um médico foram condenados à prisão nesta terça-feira (2) pelas suas revelações sobre a morte de um manifestante da oposição após ser preso. O governo do presidente Alexander Lukashenko reprime desde o ano passado um movimento de protestos surgido após a polêmica reeleição em agosto do chefe de Estado, que governa desde 1994.

Katerina Borisevich, de 36 anos, jornalista do portal independente Tut.by, e Artiom Sorokin, médico de 37 anos, foram declarados culpados por "revelar um segredo médico com circunstâncias agravantes" após um julgamento a portas fechadas. 

Borisevich foi condenada a seis meses de prisão e Sorokin a dois anos de prisão com um ano de liberdade condicional, o que lhe permitiu sair em liberdade. Os dois também foram multados com o equivalente a centenas de dólares.

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Em 13 de novembro, Borisevich publicou - com base em um documento médico fornecido por Sorokin - um artigo que afirmava que um manifestante, Roman Bondarenko, não tinha álcool no sangue no momento de sua morte após uma prisão violenta.

Sua publicação contradiz a versão das autoridades de que o jovem foi preso em estado de embriaguez.

Contra as manifestações de dezenas de milhares de pessoas, o governo silenciou em grande parte os protestos mediante prisões em massa marcadas pela violência policial, enquanto os principais opositores foram presos ou forçados a se exilar. 

Nesta terça-feira, o comitê de investigação bielorrusso, responsável pelas principais investigações, anunciou que incluiu na lista de procurados a opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya, refugiada na Lituânia, acusando-a de "preparar distúrbios em massa".