Irã pede a Interpol que lhe ajude a prender Trump por morte de general iraniano no Iraque

Irã também culpa outras 35 autoridades americanas pelo óbito de Jajj Ghasem; general foi atacado por um drone, na cidade de Bagdá, em janeiro deste ano

Escrito por AFP ,
Fotografia de Donald Trump
Legenda: Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos
Foto: Mandel Ngan/AFP

O Irã pediu a Interpol para prender o presidente dos EUA, Donald Trump, e outras 35 autoridades americanas pela morte de um general iraniano em um ataque por drone em Bagdá em janeiro, informou o procurador-geral de Teerã nesta segunda-feira (29). 

"Trinta e seis pessoas que participaram do assassinato de Jajj Ghasem (general Qasem Soleimani), incluindo oficiais políticos e militares dos Estados Unidos e de outros governos, foram identificadas", informou o procurador-geral de Teerã, Ali Qasi Mehr. 

"A autoridade judicial emitiu um mandado de prisão e solicitou um alerta vermelho da Interpol para essas pessoas", acrescentou o procurador, especificando que tais pessoas serão buscadas por questão de "assassinato" e "ação terrorista". 

A Interpol disse à AFP que a organização não pode intervir em uma estrutura "política, militar, religiosa ou racial", segundo o artigo 3 da sua Constituição, e que não examinará nenhum pedido desse tipo sem antes confirmar explicitamente o que foi requisitado pelo Irã. 

Um alerta vermelho é uma solicitação às forças de segurança de todo o mundo para localizar e prender provisoriamente uma pessoa até que ela seja extraditada, entregue ou sofra ação judicial semelhante. 

"No topo da lista está o presidente americano, Donald Trump, que será buscado mesmo após o final do seu mandato", ressaltou o procurador, referindo-se às eleições presidenciais de novembro nos EUA.

Ali Qasi Mehr fez essa declaração durante uma reunião do Alto Conselho Judiciário presidida pelo diretor do sistema judicial iraniano, Ebrahim Raisi. 

O general Qasem Soleimani, chefe da Força Qods - a unidade de elite encarregada das forças estrangeiras da Guarda Revolucionária - foi morto em 3 de janeiro em um ataque de drone perto do Aeroporto Internacional de Bagdá, junto com seu assessor iraquiano, Abu Mehdi al Muhandis, líder das forças paramilitares pró-iranianas naquele país. 

Após o ocorrido, Trump garantiu que havia ordenado eliminá-lo, porque Soleimani estaria preparando ataques a diplomatas e militares americanos. 

Em resposta, o Irã lançou mísseis em bases militares iraquianas que abrigavam americanos no último 8 de janeiro, gerando grande destruição, ainda que nenhum militar dos EUA tenha sido morto, segundo informações de Washington.