Em discurso, Lula defende reforma da ONU: 'A voz do Sul global deve ser respeitada'
Presidente brasileiro discursou na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, uma mudança na instituição.
"A voz do sul global deve ser respeitada e ouvida", declarou, aplaudido pelos líderes mundiais presentes.
"A ONU tem hoje quase quatro vezes mais membros do que os 51 que estiveram na sua fundação. Nossa missão histórica é a de torná-la novamente portadora de esperanças e promotora da igualdade e da paz, do desenvolvimento sustentável e da diversidade e da tolerância", defendeu o brasileiro.
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O presidente ainda declarou que os ideais que inspiraram os fundadores das Nações Unidas "estão ameaçados, como nunca estiveram em toda a sua história".
"O multilateralismo está diante de nova encruzilhada. A autoridade desta Organização está em xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra".
Combate à mudança climática
No discurso, o presidente ainda afirmou que é preciso que o combate à mudança climática esteja no "coração da ONU para que ela tenha a atenção que merece".
"Um conselho vinculado à Assembleia Geral com força e legitimidade para monitorar compromissos dará coerência à ação climática. Trata-se de um passo fundamental na direção de uma reforma mais abrangente da organização que contemple também um conselho de segurança ampliado", disse Lula.
"Medidas unilaterais transformam em letra morta princípios basilares como a cláusula de nação mais favorecida.
Desorganizam cadeias de valor e lançam a economia mundial, em uma espiral perneciosa de preços
altos e estagnação. É urgente refundar a OMC em bases modernas e flexíveis", defendeu.