Cientistas alertam sobre desconfiança da população em relação à vacina contra Covid-19

Pesquisadores alertam que na maioria dos 19 países estudados, os atuais níveis de aceitação da vacina são insuficientes para garantir uma imunidade coletiva

Escrito por AFP ,
Esta é uma imagem de vacina
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Foto: Divulgação

Um estudo publicado pela revista Nature Medicine nesta terça-feira (20) alerta governos de diversas partes do mundo sobre a desconfiança da população em relação a uma futura vacina contra a Covid-19. Segundo os autores da pesquisa, esse sentimento pode pôr em risco o sucesso de uma ampla cobertura de vacinação. 

"Na maioria dos 19 países estudados, os atuais níveis de aceitação de uma vacina contra a covid-19 são insuficientes para responder às demandas de imunidade coletiva", advertem os cientistas. 

Conforme o estudo, 72% dos entrevistados afirmaram que se vacinariam, se "uma vacina disponível contra a Covid-19 comprovasse sua eficácia e segurança". Das 13.400 pessoas entrevistadas, 14% respondeu que se negariam, e outros 14% se mostraram indecisos. 

A taxa de aceitação está crescendo em três países, atigindo quase 60% da população:  França (58,8%), Polônia (56,3%) e Rússia (54,8%). Em outros três, esse percentual passa de 80%: China, Brasil e África do Sul. 

"Descobrimos que o problema da indecisão em relação à vacina está fortemente relacionado a uma falta de confiança no governo", disse um dos coordenadores do estudo, Jeffrey V. Lazarus, pesquisador do Instituto de Saúde Global de Barcelona.

Os cientistas advertem que os governantes divulguem uma explicação cuidadosa sobre o nível de eficácia do imunizante, o tempo necessário de proteção, se há necessidade de doses múltiplas e a importância da alta cobertura de vacinação para obtenção da imunidade coletiva. 

Um estudo publicado na última semana, no jornal britânico Royal Society Open Science, afirmou que até um terço da população em alguns países é suscetível de acreditar em informações falsas e teorias de conspiração sobre a Covid-19. 

Cerca de 33% dos entrevistados mexicanos, 37% dos espanhóis, 22% nos Estados Unidos e Reino Unido acreditam na teoria de que o coronavírus foi deliberadamente fabricado em um laboratório em Wuhan, a cidade chinesa onde a pandemia teve início dezembro passado.

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