Há 13 anos, a jornalista cearense e coach de mulheres Emanuella Maria mora nos EUA. Ela respira a política de Washington D.C., capital americana, onde fica a Casa Branca e o Capitólio, sede do Congresso. Na comparação com outras eleições que acompanhou, a cearense destaca o maior engajamento político dos jovens neste ano. "Tem muito jovem no TikTok fazendo campanha eleitoral. É uma coisa que eu não via antes nas redes sociais", observa.
Ela lembra de um episódio em que os jovens se mobilizaram no TikTok para adquirir as entradas de um comício de Trump e, no dia do evento, boicotaram. Resultado: as imagens das poltronas vazias, do comício sem público, ganharam o mundo.
"Outra coisa que notei: o próprio Trump e o Biden estão usando muito os recursos das redes socais. Eles querem atingir esse público mais jovem, que vai fazer a diferença".
Emanuella percebe ainda que a disputa neste ano ficou mais polarizada, dando destaque para os estados indecisos, como a Pensilvânia, que podem decidir o resultado do pleito, já que o sistema de eleição indireta adotado pelos EUA permite que o candidato com maior número de votos no colégio eleitoral seja eleito sem necessariamente ter a maioria dos votos populares, como ocorreu em 2016 com Donald Trump. "Todas as pesquisas mostram que Biden vai ganhar. A probabilidade é muito alta". Ela acredita que o resultado da eleição deve demorar.
"Como a maioria, por causa da Covid-19, votou pelos correios, as votações só vão ser encerradas quando todas as cartas forem contabilizadas. Cada voto vai fazer a diferença". A cearense destaca a importância do voto não só nos EUA, como no Brasil. "Vejo muito a política como uma conversa. Todas as vozes contam. As pessoas querem se ausentar da política, não querem fazer parte, mas a voz delas pode determinar o futuro de uma nação". Ela recomenda que a escolha do voto considere não só o perfil do candidato, mas também do seu partido político e como isso beneficia a coletividade.