As manifestações após a morte de um adolescente baleado pela polícia chegaram ao segundo dia nessa quinta-feira (29) em Paris, na França, e resultaram na detenção de 150 pessoas. O presidente Emmanuel Macron definiu os atos como uma "violência injustificável", mesmo que tenham ocorrido por conta da morte por erro policial.
"As últimas horas foram marcadas por cenas de violência contra uma delegacia, mas também contra escolas, prefeitura e, portanto, contra as instituições da República (...) São injustificáveis", disse Macron no início de uma reunião para tratar da crise.
Veja o vídeo:
Na última terça-feira (27), um policial matou com um tiro Nahel, de 17 anos. Segundo informações da imprensa internacional, o adolescente teria se negado a obedecer às ordens de dois agentes durante uma operação de controle de trânsito em Nanterre, uma localidade ao oeste de Paris conhecida pelo bairro de negócios de La Défense.
Três pessoas estavam no carro no momento do incidente e um dos policiais envolvidos na ação foi detido por suspeita de "homicídio culposo", conforme pontuou um promotor local.
Incêndios
Por conta disso, as últimas 48h no país têm sido de grande tensão, principalmente nos subúrbios da capital francesa. Ao todo, mais de 2 mil agentes das forças de segurança foram disponibilizados durante a noite para tentar evitar novos distúrbios, mas os protestos também foram organizados em outras regiões como Lyon, Toulouse ou Lille.
Além de carros e um ônibus, os manifestantes incendiaram escolas em várias cidades como Tourcoing (norte) ou Evreux, localizada a 90 quilômetros ao oeste da capital, e várias delegacias.
"Estamos cansados deste tratamento. Isto é por Nahel, nós somos Nahel", gritaram os jovens, que enfrentaram a polícia em alguns momentos durante a noite no subúrbio nordeste de Paris.
Detenção de manifestantes
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou que 150 pessoas foram detidas durante a noite e denunciou "atos de violência insuportáveis contra símbolos da República". Ele também criticou as pessoas que não pediram calma.
Antes dos distúrbios, uma passeata em homenagem a Nahel foi convocada pela mãe do jovem. As informações iniciais são de que o movimento deve acontecer diante da prefeitura de Nanterre, perto do local em que o adolescente morreu. "É uma revolta por meu filho", declarou ela.