Giovanni Padovani, jogador italiano de futebol, de 27 anos, foi preso pela suspeita de assassinar Alessandra Matteuzzi, de 56 anos, com marteladas, golpes e com taco de beisebol. No momento da agressão, a vítima estava conversando por telefone com a irmã, que ouviu os pedidos de socorro.
As informações sobre o crime cometido na terça-feira (23) no prédio onde Alessandra morava, em Bolonha, na Itália, são do jornal O Globo. Os dois haviam rompido em janeiro deste ano, após um ano de uma relação abusiva por ciúmes. Alessandra denunciou o jogador por perseguição no final de julho.
Sobre o crime, a imprensa italiana aponta que Giovanni saiu da região da Sicília, onde joga pelo Sancataldese, time da série D, e foi procurar Alessandra em Bolonha. A vítima foi surpreendida pelo jogador e deixou cair o telefone em que estava numa ligação com a irmã.
Série de agressões
Stefania, irmã da vítima, ouviu a série de agressões e ligou para a polícia. Alessandra foi encontrada com sinais vitais, mas morreu no hospital. Stefania falou que a vítima foi espancada até a morte.
"Ela saiu do carro e começou a gritar 'não Giovanni, não, eu te imploro, socorro!'. Eu estava ao telefone. Liguei imediatamente para os policiais, que chegaram logo. Moro a 30 km", relatou à emissora local TGR Emilia Romagna.
O jogador, conforme testemunhas, usou um banco de ferro da portaria para agredir a vítima. A mulher já tinha solicitado que não deixassem Giovanni entrar no prédio.
O advogado da família de Alessandra, Giampiero Barile, disse ao jornal il Resto del Carlino que o jogador exercia controle obsessivo sobre a vítima.
"Ele a mantinha sob controle à distância, muitas vezes pedindo que ela enviasse fotos e vídeos do local onde estava, as vezes a cada 10 minutos, movido por ciúme. Em algumas situações também pediu que ela filmasse o horário de onde estava para verificar se estava falando a verdade", acrescentou.
Investigação do crime
Um processo para apurar se autoridades deixaram de tomar as medidas cabíveis para proteger Alessandra Matteuzzi, após a denúncia dela contra Giovanni, foi aberto pela ministra da Justiça Marta Cartabia.
O promotor-chefe de Bolonha, Giuseppe Amato, negou as acusações de negligência. Conforme o promotor, logo após o registro do relatório de perseguição ter sido feito, foi iniciada a investigação.
"Fizemos o que podíamos. O relatório de perseguição não destacou situações de risco concreto de violência, era apenas a conduta típica de perseguição incômoda", ponderou à agência Ansa.