O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nesta sexta-feira (12) Steve Bannon, assessor próximo ao ex-presidente americano Donald Trump, por ele se recusar a prestar depoimento perante o comitê do Congresso na investigação do atentado de 6 de janeiro ao Capitólio.
O ex-assessor de 67 anos foi processado por se recusar a depor e apresentar documentos à comissão especial da Câmara dos Representantes que investiga o papel do ex-presidente republicano no ataque de seus apoiadores à sede do Congresso.
Apesar de sua convocação em meados de outubro, Bannon não compareceu diante dos legisladores, invocando o direito dos presidentes dos EUA de manter a confidencialidade de certos documentos e discussões. No entanto, a comissão diz que essa proteção não se aplica porque Trump não é mais presidente e nunca fez valer oficialmente esse privilégio do Executivo.
Bannon foi um dos principais articuladores da vitoriosa campanha presidencial do candidato republicano, em 2016. Ele não exercia funções oficiais em 6 de janeiro, mas aparentemente falou sobre o protesto com o presidente nos dias anteriores, de acordo com a comissão de inquérito.
Ele pode pegar entre 30 dias e um ano de prisão por cada acusação e será julgado em um tribunal federal. A batalha legal ainda pode durar meses ou anos, o que pode prejudicar a investigação.
Mark Meadows
O ex-chefe de gabinete de Trump, Mark Meadows, também rejeitou uma intimação para comparecer perante o comitê de maioria democrata nesta sexta. A defesa dele invocou uma decisão judicial anunciada na quinta-feira (11), que suspendeu temporariamente até 30 de novembro a transmissão de documentos internos da Casa Branca à comissão.
O comitê respondeu em um comunicado que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia autorizado a divulgação dos documentos e que Meadows, portanto, tinha a obrigação de testemunhar, alertando o ex-chefe de gabinete que ele também poderia estar em desacato ao Congresso.