Complexo de 100 ilhas paradisíacas na Indonésia vai a leilão

Parte da área deve ser transformada em um resort de luxo, o que preocupa ambientalistas

Um complexo com aproximadamente 100 ilhas tropicais e paradisíacas, na Indonésia, deve ser leiloado para que parte da área seja transformada em um resort de luxo sustentável. As informações são do G1.

De acordo com o portal, o leilão preocupa ambientalistas, que acreditam que a iniciativa pode ameaçar a região e as comunidades nativas.

O complexo fica em uma zona protegida pela Marinha da Indonésia, chamada de 'Triângulo de Coral', ao leste do país. A área é inabitada e tem quase dez mil hectares, com 150 quilômetros de praias.

O leilão será realizado pela Sotheby's Concierge, em Nova York, nos Estados Unidos, na próxima quinta-feira (8). Não se sabe, ainda, qual será o valor inicial, mas os interessados terão de fazer um depósito de US$ 100 mil (cerca de R$ 530 mil) para poder participar.

O objetivo da PT Leadership, empresa que detém os direitos de exploração exclusivos da região, é inaugurar resorts e residências de luxo ecológicas, incluindo pista de pouso para receber visitantes que cheguem de Bali e Jacarta.

“Todo bilionário pode possuir uma ilha particular, mas apenas um pode possuir esta oportunidade exclusiva espalhada por mais de 100 ilhas”, disse, ao jornal britânico The Guardian, o vice-presidente executivo da Sotheby's, Charlie Smith.

No entanto, o porta-voz do ministro-coordenador de Assuntos Marítimos e Investimentos, Jodi Mahardi, afirmou em um comunicado oficial que ninguém será proprietário das ilhas, como citado pelo porta-voz.

“Os interessados em gerir, e não em possuir pequenas áreas insulares devem obter autorização do governo. Se houver violação de disposições estatutárias, sanções poderão ser impostas”, afirmou.

Biodiversidade

Os direitos de desenvolvimento do arquipélago geraram preocupações em ambientalista no que diz respeito aos impactos provocados em um dos poucos ecossistemas quase intactos que restam na Terra.

Os estudiosos acreditam que o desenvolvimento pode isolar as comunidades locais e ameaçar florestas tropicais, manguezais, lagoas, lagos e recifes de corais que abrigam uma vasta vida marinha.

Segundo o The Guardian, o coordenador nacional da Destructive Fishing Watch Indonesia, Mohamad Abdi Suhufan, pediu uma investigação ao governo da Indonésia sobre a venda. Ele acredita que ela provocou uma “controvérsia e chamou a atenção do público indonésio”.

No entanto, a empresa garante ter um plano para os moradores e de preservação do meio ambiente. “A comunidade local, sediada no continente, irá se beneficiar significativamente da formação de competências e de uma vasta gama de oportunidades de emprego. Alguns se tornarão guardas florestais e se juntarão a uma equipe internacional de especialistas em conservação para ajudar a proteger esse incrível habitat oceânico”.