O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou por um período "muito preocupante" nesta sexta-feira (2) e as próximas 48 horas "serão críticas" no enfrentamento à Covid-19, disse o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, neste sábado (3), segundo a agência Associated Press.
Na madrugada desta sexta-feira (2), Trump anunciou que ele e sua esposa, Melania, receberam diagnóstico de Covid-19.
A informação contradiz o último boletim emitido pela Casa Branca sobre a saúde de Trump, que informou que o presidente dos Estados Unidos estava "muito bem". "Ele não está precisando de oxigênio suplementar, mas em consulta com especialistas, escolhemos iniciar a terapia com remdesivir", diz o comunicado assinado pelo médico da Casa Branca, Sean Conley.
O remdesivir é um medicamento antiviral desenvolvido inicialmente para o combate do vírus ebola, mas a FDA (agência de vigilância sanitária dos EUA) autorizou, em agosto, seu uso emergencial para tratamento da Covid-19 em pacientes adultos e pediátricos.
"Ele completou sua primeira dose e está descansando confortavelmente", diz o comunicado, emitido no fim da manhã (horário de Brasília). Apesar de ter incentivado o uso de hidroxicloroquina e dito que a usava como método de prevenção, o líder americano até agora não tomou o medicamento, cuja eficácia contra o coronavírus não tem comprovação científica.
No fim da tarde desta sexta, o presidente foi transferido para o hospital militar Walter Reed na cidade de Bethesda, em Maryland, para que possa receber atendimento médico imediato caso seja necessário.
Desde o anúncio do diagnóstico, Trump recebeu mensagens de diversos líderes mundiais e outras personalidades, incluindo seu adversário na eleição de 3 de novembro, o democrata Joe Biden, e o dirigente chinês, Xi Jinping, com quem o presidente tem travado uma espécie de Guerra Fria 2.0, que envolve questões econômicas e geopolíticas, da pandemia de Covid-19 à autonomia de Hong Kong.
Ambos desejaram a Trump e Melania uma rápida recuperação, à semelhança de autoridades como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente russo, Vladimir Putin.
Biden e sua esposa, Jill, também fizeram testes para detecção do coronavírus e os resultados foram negativos. Havia risco de que o democrata tivesse se contaminado durante o debate eleitoral da última terça-feira (29).