Banco Mundial suspende apoio financeiro ao Afeganistão

Decisão ocorre menos de 10 dias após o retorno dos talibãs ao poder

O Banco Mundial anunciou a suspensão de recursos para o Afeganistão nessa terça-feira (24), nove dias após o grupo extremista Talibã voltar ao poder no país. No entanto, disse explorar uma forma de continuar "comprometido" para "apoiar o povo afegão". 

"Suspendemos as transferências (financeiras) no âmbito das nossas operações no Afeganistão e vigiamos e avaliamos a situação de perto", explicou uma porta-voz da entidade à AFP.

A fonte reforçou ainda que o banco está em alerta quanto à situação das mulheres. "Estamos profundamente preocupados com a situação no Afeganistão e seu impacto nas perspectivas de desenvolvimento do país, em particular para as mulheres", acrescentou.

Repasse bilionário

A porta-voz não informou a quantidade de envios programados antes de o Talibã assumir o poder há menos de dez dias.

Até então, o Banco Mundial tinha cerca de 20 projetos de desenvolvimento no Afeganistão. Desde 2002, forneceu cerca de US$ 5,3 bilhões ao país, principalmente como subsídios.

Outra suspensão

No último dia 18 de agosto, oFundo Monetário Internacional (FMI) também anunciou que estava suspendendo a ajuda ao Afeganistão.

“Há atualmente uma falta de clareza na comunidade internacional quanto ao reconhecimento de um governo no Afeganistão, em consequência do qual o país não poderá acessar os  Direitos Especiais de Saque (DESs) ou outros recursos do FMI”, justificou um porta-voz.

O FMI deveria liberar uma parcela final da ajuda a Cabul, no âmbito de um programa aprovado em 6 de novembro de 2020, no valor total de US$ 370 milhões.