Vítima sequestrada por empresários na Bahia sobre prisão do casal depois de 20 anos: 'Finalmente'

Mulher foi roubada e extorquida mediante sequestro por um grupo de cinco pessoas, no dia 10 de maio de 2001, e só foi liberada quando pagou R$ 35 mil

Escrito por Redação ,
Casal de empresários preso na Bahia por crime cometido há 20 anos
Legenda: Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo — já condenados — foram localizados na última quarta-feira (24)
Foto: Reprodução/Instagram

A vítima do sequestro pelos donos de pousadas de luxo no Recôncavo Baiano, na Bahia relembrou, nesta quinta-feira (25), o fato acontecido no ano de 2001 e comentou sobre a prisão do casal de empresários 20 anos depois do acontecido: "Finalmente", expressou. Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo — já condenados — foram localizados na última quarta-feira (24). As informações são do jornal Extra.

De acordo com a vítima, que não quis ser identificada, saber que os dois foram presos é bom, mas não depois de 20 anos. "A prisão tem sentido porque eles têm que ser punidos e cumprir a pena deles. Depois de 20 anos é um pouco demais, né?", questionou, completando: "Finalmente".

Mesmo antes de receber uma cópia do processo que tinha as condenações do casal de empresários, a mulher já tratava o assunto como algo que pertenceu somente àquele período. Ela destacou que ao longo do tempo não quis pensar no crime. 

"Eu recebi uma cópia do processo com as condenações e tudo. Dei uma olhada, não sei quando foi que eu recebi isso, mas pra mim já era passado. Eu não tive o menor interesse em procurar saber se eles estavam presos, se estavam soltos, nada disso. Eu procurei seguir minha vida e ponto final", pontuou.

Contudo, embora não demonstre interesse por pensar no crime, ela enfatizou que aprova o cumprimento da sentença: "errou, eu acho que tem que pagar, então está certo, paciência. Vão pagar por seus erros, mesmo depois de tanto tempo", afirmou.

O crime

No dia em que o crime aconteceu, ela relembra que, embora não tenha sofrido agressões físicas, foi alvo de violência psicológica em um quarto de motel, onde os criminosos a mantiverem em cárcere privado. "Na hora de me libertar, foi quando senti mais medo, porque eles já estavam com o dinheiro na mão". 

Também de acordo com a vítima, o plano de um sequestro relâmpago acabou se tornando um sequestro com resgate depois que os a dupla viu o saldo que tinha na conta bancária dela.

"Então, para me proteger da situação, eu o tempo inteiro não quis ver ninguém. Depois eu não pude reconhecer ninguém porque eu abaixei minha cabeça, fechei meus olhos e não quis ver ninguém em momento nenhum. Agir assim me deu segurança e uma perspectiva de voltar e rever meus filhos, na época meus filhos tinham 3 e 6 anos", disse.

Discussão

A mulher recorda ainda que não teve contato direto com o casal de empresários Leandro e Shirey durante o crime. Os dois serviram de apoio a outro envolvido no caso, identificado no processo como Joel Costa Duarte. "Eu só tive contato com Joel e Carlos Alberto, que tomaram meu carro para fazer os saques", explicou.

Já quando o sequestro chegou ao fim, momento em que os pertences dele estavam na posse dos criminosos, a mulher lembrou ter escutado vozes, incluindo a de uma mulher, quando o grupo faria a divisão do que foi roubado.

"Houve uma certa discussão na hora da divisão. Eu estava na casa ainda, no quarto. Ouvi que eles discutiram para resolver algumas questões depois que já estavam com o dinheiro na mão. Essa hora foi que eu fiquei um pouco apavorada", contou.

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